Do A Voz da Vitória
O PSB que comanda a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores da Vitória de Santo Antão tem se articulado em todas as esferas públicas para consolidar o seu discurso quanto a necessidade de haver uma investigação com relação aos terrenos públicos doados aos empreendimentos privados e às pessoas físicas.
Capitaneado pelo presidente da Casa, José Aglaílson, este solicitou na semana passada ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) a execução de uma auditoria quanto as centenas de doações de terrenos feitas pela Prefeitura de Vitória, aprovadas inclusive, pela Casa Diogo de Braga. Na Assembleia Legislativa do Estado, o seu filho, o deputado Aglaílson Júnior (PSB), reforça o coro e solicitou também o envolvimento do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) no caso.
Em duas sessões ocorridas na última terça e quinta-feiras, José Aglaílson denunciou que tem visto a venda indiscriminada de terrenos por parte daqueles que foram contemplados pelo Poder Público. “Informo aos vereadores que todos os projetos passados nesta Casa relativos a doação de terrenos públicos estão no TCE para averiguação e apuração de nossa denúncia”, salientou.
Reforçando a iniciativa do presidente, o vereador Geraldo Enfermeiro (PSB), citou que Aglaílson Júnior deve agilizar os canais da ALEPE para assegurar o trâmite da denúncia. “Estar havendo verdadeiramente em Vitória a ‘farra do boi’. Há um loteamento de terras por parte do governo Elias Lira que vem beneficiando cabos eleitorais”, denunciou.
Na penúltima sessão de 2011 ocorrida na quinta-feira (15), foram aprovadas pela Casa quatro projetos de Lei, três destes autorizando mais doações de terrenos públicos. Os contemplados da vez foram a Defensoria Pública, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e uma empresa de máquinas agrícolas. Os vereadores aproveitaram a penúltima sessão também para aprovar um projeto que aumenta o número de cargos comissionados na Câmara de Vitória. Com a possibilidade em 2012 de haver um aumento significativo no repasse do duodécimo (que é a verba mensal repassada pelo Executivo ao Legislativo), os vereadores aprovaram mais sete cargos em diversos níveis para os gabinetes.
Um projeto ansiosamente aguardado foi o que trata da doação de terrenos a 70 famílias da Comunidade do Oiteiro, Zona Rural da cidade, para a construção de casas populares através da CEHAB, pelo qual não foi posto ainda em votação. A demora tem gerado insatisfação junto as famílias que serão beneficiadas. O presidente José Aglaílson declarou que este projeto também se encontra no pacote de denúncias entregues ao TCE. Revoltada com a demora, a Professora da comunidade do Oiteiro – Maria Nazareno de Souza, declarou ao Blog:
“O ex prefeito José Aglaílson parece querer brincar com as pessoas do Oiteiro que moram em casas de taipa. Ele mantém preso em suas mãos este projeto que vai beneficiar esse povo. Isso é uma palhaçada!”, desabafou acompanhando da galeria a reunião dos vereadores.
Confusão – Denunciando um suposto ato de violência, José Aglaílson contou na Câmara que teve o seu veículo atingido por um ônibus da Prefeitura de Vitória. “O pessoal de Elias Lira tão começando a agir com violência! Nunca fui violento com ninguém. Nem dei tapa em ninguém”, assegurou. Segundo ele, após o incidente, o Diretor de Transporte da PMV, Luciano, levou educadamente o seu veículo para uma inspeção no departamento da Prefeitura.
DNA – Fazendo questão de declarar que o seu mandato é independente, Pedro Queiroz (PPS), criticou mais uma vez a prática de se fazer política em Vitória. “É importante deixar claro que tanto Elias Lira quanto José Aglaílson são do mesmo DNA político do finado prefeito Dr. Ivo Queiroz”, sentenciou.