Do blog PENSE VERDE
O Instituto Histórico e Geográfico da Vitória, no desejo de melhor atender aos seus visitantes, sofreu uma metamorfose, tudo isso para mostrar, para as novas gerações, a importância de conhecer bem o passado para entender melhor o presente e planejar com mais eficiência as ações do FUTURO.
Há, precisamente um ano, dia 23 de junho de 2010, graças ao apoio da CHESF, iniciamos a reforma do nosso Instituto Histórico e Geográfico.
Começamos por dois pontos cruciais: climatização do Silogeu e reparo do telhado. As inúmeras e constantes goteiras vinham danificando nosso acervo, particularmente, os livros e as fotografias. O conserto do telhado foi um trabalho insano. As telhas foram amarradas, com arame, uma a uma.
Solucionados esses dois problemas encetamos a reforma do museu, nossa casa, nosso ponto de referência que guarda e embala nossos sonhos, nossos sentimentos e que nos conduz, através de seu rico acervo, ao nosso magnífico passado. Uma reestruturação dos diversos setores e uma distribuição mais racional e moderna das peças do seu rico e diversificado acervo era um anseio dos sócios da instituição. Mais que isto, uma exigência pedagógica: mais clareza e harmonia na exposição das peças para torná-lo mais atraente para as crianças e adolescentes que nos visitam. A aprendizagem e a formação do cidadão são as prioridades de um museu. “Os museus são pontes, portas e janelas que ligam e desligam mundos, tempos, culturas e pessoas diferentes. Os museus são conceitos e práticas em metamorfose” ( Departamento de Museus e Centros Culturais do IPHAN, MinC).
Metamorfose foi o mote adotado. Mudar para melhor, sem perder o elo com o passado, nem com as pessoas, como bem afirma o Ministério da Cultura.
Primeiro passo foi criar um setor exclusivo para a história da nossa cidade. Dentro do conceito “linha do tempo” repassamos os principais fatos da nossa extraordinária história: fundação da Vitória, Batalha das Tabocas, Guerra dos Mascates, visita da Família Imperial, Guerra do Paraguai, Hecatombe do Rosário e as Ligas Camponesas. É uma abordagem de cunho essencialmente pedagógico em que oferecemos aos visitantes, especialmente às nossas crianças e nossos adolescentes, uma visão plena do que foi e é Vitória de Santo Antão. Em seguida vem o museu sacro, com imagens reminiscentes da Hecatombe ocorrida na igreja do Rosário e que receberam um destaque à parte, com especial referência ao cônego Américo Pita. O terceiro departamento é o da Imprensa. Importantes e raras peças, tais como o prelo de 1880, que pertenceram ao nosso secular jornal “O Lidador” e à Tipografia de Esmeraldino de Deus e Melo, enriquecem esse setor. Tudo, sem esquecer o fundador da imprensa vitoriense, Antão Borges, e outros baluartes da nossa imprensa, como Edgard Valois, Antonio Melo Verçosa, Júlio Siqueira, Waldemar do Progresso, José Miranda e tantos outros. O quarto departamento aborda a economia vitoriense, principalmente o ciclo da cana-de-açúcar e seus sub-produtos: mel, rapadura, açúcar e cachaça. Aqui, os negros, que tanto contribuíram com nossa formação, recebem um destaque especial. Em seguida vem o setor da antropologia que merecerá no futuro próximo um estudo mais apurado. Encerrando esse sentimental e afável roteiro chegamos à biblioteca que foi climatizada. Por cima foi construído um mezanino que abriga nossa pinacoteca. Nela valorizamos nossos artistas plásticos. Peças, entre outras, de Bibiano Silva, Luís Ferrer, José Peres e José Marques de Sena.
No dia 3 de agosto, às 20 horas, com a presença da nossa querida presidenta de honra, professora Eunice Xavier, do deputado federal Fernando Ferro, dos diretores da CHESF, do prefeito Elias Alves de Lira e demais autoridades locais, estaremos entregando aos vitorienses e aos amigos da Vitória de Santo Antão, nosso museu que prima em estudar e valorizar nossa história, nossa cultura e nossa tradição.
Por Pedro Ferrer