O quarto aumento de gasolina no ano, anunciado pela Petrobras nesta quinta-feira (18), assustou os motoristas. Existem três fatores que influenciam no preço do combustível: os impostos, o preço do petróleo nas refinarias e o custo do etanol anidro. Então, sempre que algum desses itens tem aumento, a gasolina acompanha.
O último aumento foi ocasionado devido ao preço do petróleo nas refinarias. O commodity passou por uma mudança na determinação do seu valor durante o Governo Temer. “A forte oscilação nos preços dos combustíveis se deve ao fato de que a Petrobras passou a precificar os seus produtos, como gás natural, gasolina e óleo diesel, a partir da cotação internacional de cada um desses produtos multiplicado pelo câmbio, e não pelo preço de produção e extração das reservas naturais nacionais”, explica o economista João Rogério Alves Filho.
Isso significa que o petróleo está sendo precificado de acordo com os valores internacionais do commodity. Além disso, a Petrobras baseia o valor do seu barril em dólar, ficando sujeita a alterações da moeda. O novo aumento acontece justamente na semana em que os preços internacionais de petróleo chegaram ao maior patamar desde janeiro de 2020. Aliado a isso, estamos presenciando uma alta do dólar, que cresceu 29% em 2020. Esses são os fatores que estão ocasionando a alta nos combustíveis.
Há uma discussão sobre o valor dos impostos. Cerca de 44% do valor da gasolina é formado por tributos, sendo 29% de tributo estadual (ICMS) e 15% de tributos federais (PIS/Pasep, Cofins e Cide). O restante da composição da gasolina se dá da seguinte forma: cerca de 29% é o do preço comum nas refinarias, 12% é de distribuição e revenda e 15% do custo do etanol anidro, usado na mistura para a venda do combustível.
Folha de Pernambuco
Foto: Marcello Casal J/ Agência Brasil