O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, reforçou, ontem, que continua a ser inevitável o fato de a doença tomar conta de todo o território, mesmo diante do cenário de estabilização de casos. “Ela vai chegar em tempos diferentes sim, e podemos chamar isso de ondas. Também é possível que tenhamos uma nova onda na Região Metropolitana do Recife. Isso não está descartado”, disse Longo ontem, em coletiva de imprensa transmitida pela internet, sobre o avanço da epidemia nas regiões do Estado e da possibilidade dessa expansão dificultar o enfrentamento da covid-19.
O secretário salientou que a dinâmica da doença ainda é cheia de enigmas e, portanto, “precisamos aprender muito com ela”. Ele ainda acrescentou que pesquisadores estudam a hipótese de ainda vivermos por muito tempo sem deixar de lado o combate ao novo coronavírus. “Muitos falam que é uma possibilidade, em sociedades como a nossa, na América Latina e em alguns países em desenvolvimento, a doença se tornar endêmica, dentro de patamares de convivência. Isso precisa ser melhor estudado.”
Vale explicar que o caráter endêmico é aquele em que uma doença se manifesta continuadamente em determinadas regiões, fazendo com que a população conviva constantemente com a enfermidade. É o que acontece, em Pernambuco, com as arboviroses: dengue, zika e chicungunha.
Diante dessa possibilidade para covid-19, é preciso que as autoridades permaneçam sempre atentas em relação a novos casos da doença. “É preciso acompanhar, sem dúvidas, todos os dados do Grande Recife e de outras macrorregiões para, inclusive, tomar medidas diferentes, dependendo da situação epidemiológica de cada uma das localidades”, frisou Longo.
Ontem a Secretaria Estadual de Saúde informou que os casos graves confirmados do novo coronavírus já estão distribuídos por 166 dos 184 municípios pernambucanos, além de Fernando de Noronha e da notificação, no Estado, de pacientes de outros Estados e países. Atualmente, a interiorização da epidemia, principalmente no Agreste, vem sendo analisada com cautela pelas autoridades de saúde.
JC Online
Foto: Heudes Régis/SEI