Viveiro florestal operado por jovens da Funase pode produzir até seis mil mudas por ano

Em Vitória de Santo Antão, adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas estão enxergando, no meio ambiente, uma chance de reinserção social. Na área externa da unidade da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), no distrito de Pacas, na zona rural do município, os socioeducandos ajudam a manter um viveiro florestal implantado desde 2019 pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). A parceria vem dando tão certo que, além do impacto positivo já gerado nas relações com a comunidade do entorno, também pode ser replicada em outras regiões do Estado.

No espaço, que tem capacidade para produzir até seis mil mudas por ano, há o cultivo, por exemplo, de jenipapo, açaí, ipê rosa e manguba. Algumas atividades também são desenvolvidas fora do viveiro florestal, por meio do plantio em sítios próximos ou de ações como a realizada no ano passado, quando mais de 1,5 mil mudas foram distribuídas para moradores da região com o propósito de auxiliar no reflorestamento da área. O que é colhido pelos socioeducandos ainda é destinado à comercialização na sede da Funase, no Recife, como forma de incentivo ao empreendedorismo e à continuidade do projeto.

O curso de Aprendiz de Viveirista Florestal, com 24 horas/aula, é conduzido pelos instrutores Mauro Damião, da Funase, e Wayse Siqueira, representante da Compesa. A turma mais recente, com seis socioeducandos, concluiu as aulas no fim de janeiro, em uma cerimônia de certificação com a presença de integrantes das duas instituições envolvidas. “Quando volto para a unidade, depois do curso, conto o que aprendi e recomendo. Os outros ficam empolgados”, diz o socioeducando M.G., de 16 anos, referindo-se ao interesse dos outros adolescentes do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) Vitória de Santo Antão em participar do curso.

A superintendente da Política de Atendimento da Funase, Íris Borges, ressalta que a parceria tem sido um marco. “Essa iniciativa trabalha a interação dos adolescentes com o meio ambiente, mas também as relações humanas, no momento em que se aproximam da comunidade de forma produtiva. É algo muito positivo no processo de reintegração deles à sociedade”, avalia. “Os meninos que participam desse projeto apresentam mudanças significativas de comportamento, o que contribui para a rotina da unidade e, sobretudo, para a vida que eles estão construindo”, completa o coordenador geral do Case Vitória, Abinoan Barboza.

VIVEIRO FLORESTAL – A implantação do viveiro florestal ocorreu por meio do Projeto Semeando Cidadania, eixo de atuação do Programa Florestar, da Compesa. A iniciativa já é desenvolvida pela companhia junto a prefeituras, com a formação de estudantes como viveiristas florestais, parcerias técnicas para criação de planos de arborização municipais e distribuição de mudas. O viveiro florestal de Vitória de Santo Antão foi o primeiro do Estado operado por adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas.

Para a gerente de Meio Ambiente da Compesa, Natércia Maria, responsável pela certificação da turma mais recente de viveiristas florestais da Funase, os bons resultados do projeto mostram caminhos que podem ser seguidos. “É um trabalho que tem se mostrado importante para a companhia, para a Funase, para os adolescentes participantes e para a sociedade. Então, podemos pensar na possibilidade de ampliar essa ação para outra região onde haja esse tipo de atendimento voltado à juventude”, afirma.

Foto: Divulgação

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