O segundo grande encontro das oposições em Pernambuco, realizado neste sábado (27), em Petrolina, foi marcado pela intensificação dos ataques ao governo Paulo Câmara (PSB). Em seus discursos, as principais lideranças do bloco soltaram o verbo contra o aumento dos índices de violência e a precariedade da saúde no Estado, mostrando que as duas temáticas devem nortear os debates eleitorais deste ano. Em suas falas, os oposicionistas também fizeram questão de enaltecer os esforços dos ministros pernambucanos, deputados e senadores, para garantir recursos do Governo Federal, suprindo a escassez de investimentos por parte do Estado. O evento aconteceu no Coliseu Hall e reuniu mais de 3,5 mil pessoas.
Na ocasião, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), iniciou seu discurso cobrando a falta de engajamento do governador Paulo Câmara ao assumir um compromisso eleitoral. “A outra frente que está aí no poder vai ter que justificar, porque não honrou com os compromissos assumidos”, falou. Apesar disso, FBC considera outros fatores como sendo os mais preocupantes. “São 2 bilhões e 300 milhões de dívidas em aberto”. A temática da segurança pública, um dos assuntos que deve pautar as majoritárias em 2018, também foi discutida por Bezerra. “Mais de 5,4 mil mortes. Num único ano. Dizem alguns estudiosos que esse fraco na política de segurança não se justifica apenas com a reduções dos investimentos. Se explica, sobretudo, pela falta de gestão, de compromisso com as políticas de proteção social com as áreas de risco”, disse.
O senador Armando Monteiro (PTB), que nas últimas eleições encabeçou uma chapa de oposição nas eleições majoritárias, aproveitou o púlpito para lembrar sua trajetória política, enaltecer o trabalho das demais personalidades políticas presentes e criticar à gestão do PSB no Estado. “Eu tô na oposição desde 2014 aqui. Eu já fiz juízos e faço ainda e vejo confirmadas todas as avaliações que eu fazia. Das promessas mentirosas que foram feitas, iam cobrar salário de professor, iam entregar num sei quantos hospitais e o debate foi falseado”, afirmou.
Assim como o senador, todos os demais políticos que discursaram no evento, usaram a tribuna principalmente para endossar o coro das promessas de campanha do governador Paulo Câmara que ainda não foram cumpridas. “Eu sabia desse governo como incompetente e despreparado, mas nós vemos agora que além de tudo é um governo desonesto com as informações”, reforçou o deputado Bruno Araújo (PSDB), ex-ministro das Cidades do governo Temer.
Segundo o, prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, anfitrião do evento, que ainda integra as fileiras do PSB apesar da saída do clã dos Coelhos da base governista, o governo de Câmara pecou na falta de diálogo com os municípios e até aproveitou o ensejo para agradecer pessoalmente a verba proveniente de recursos federais. No entanto, apesar das críticas à gestão do PSB, o prefeito citou o ex-governador Eduardo Campos como sendo um dos grandes administradores do Estado. “Se a segurança tá ruim, tem como consertar. Se o desemprego está alto, tem jeito e tem como construir novos empregos. Tem jeito porque a gente já vivenciou isso aqui no governo de João Lyra, de Mendonça, de Eduardo e de tantos outros governadores que Pernambuco teve o orgulho de ter”, pontuou.
O bloco de oposição também é composto pelo Ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM). Ex-governador de Pernambuco, o ministro, também foi mais um a avaliar negativamente a situação do Estado. “Pernambuco está no rumo errado”, disparou. Na ocasião Mendonça também foi mais um a reforçar a unidade do bloco. “Aqui não tem disputa, não tem esperteza e não tem ninguém querendo puxar o tapete do outro”. assegurou.
O próximo evento do Pernambuco Quer Mudar deve acontecer no dia 3 de março, em Caruaru, Agreste. O bloco de oposição está com agenda marcada para realizar um ato a cada mês.
Blog da Folha