O número de municípios pernambucanos com alta densidade do mosquito Aedes aegypti passou de 87 para 95 em uma semana – um aumento de 9%. Outras 60 localidades pernambucanas estão em situação de alerta. Segundo o novo boletim da Secretária Estadual de Saúde (SES), ao todo 155 municípios (84,2%) têm risco elevado de transmissão de dengue, zika e chikungunya. Os dados complementam as informações do o 3º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa).
Treze localidades ainda não informaram a situação. A grande quantidade de vetores aliada ao acúmulo de água e lixo das enchentes pode resultar em uma nova epidemia de arboviroses até o segundo semestre.
O consultor do Ministério da Saúde para arboviroses, Carlos Brito, explicou que o momento exige cuidados. “Em 2010 (quando uma grande enchente atingiu a Mata Sul) tivemos alta de casos de dengue até agosto. Com o índice de infestação que estamos hoje, a depender de como se comportar o clima até o próximo mês podemos ver isso novamente”, comentou.
Há sete anos, as enxurradas ajudaram a prolongar o período de maior transmissibilidade da dengue, até então única arboviroses a circular em Pernambuco. Além do cuidado com as poças de água, que podem se transformar em criatórios dos mosquitos, o lixo também é apontado pelo especialista como um vilão para o aumento de casos da doença.
As notificações das três doenças este ano ainda estão bem abaixo do cenário de epidemia de 2015 e 2016. Contudo, semana a semana pequenas altas de transmissão já se verificam principalmente de chikungunya.
Em uma semana, verificou-se um aumento de 7,2% nos casos suspeitos dessa doença. No total, já são 1.833 notificações de chikungunya em 98 municípios. A maioria dos casos está nas regiões de Caruaru, Metropolitana do Recife e Zona da Mata, áreas mais atingidas pelas enchentes que assolam Pernambuco.
A dengue acumula 6.049 casos suspeitos – um incremento de 1,1% nas notificações nos últimos sete dias. O zika cresceu menos de 1% no mesmo período. Até o momento, são 279 notificações. Pernambuco contabiliza 33 óbitos suspeitos por arboviroses no ano, com uma confirmação no Recife. e 32 em investigação, a maioria na Capital.
Folha de Pernambuco