O comandante geral da Polícia Militar de Pernambuco, coronel Vanildo Maranhão, assinou determinação que limita as ações de profissionais da instituição nas redes sociais. De acordo com o comunicado, a determinação está ligada às informações operacionais da polícia e se dá “considerando necessidade de disciplinamento das postagens de ocorrências e operações”. A ordem cita expressamente o aplicativo WhatsApp como meio a ser utilizado com moderação pelos agentes. De acordo com o documento, está proibida a divulgação de “ocorrências ou operações da PMPE em redes sociais, principalmente em WhatsApp, externos à PMPE”.
A ordem foi dada nessa quinta-feira (16) pelo novo comandante, que está no cargo há menos de um mês. O Comando Geral da PM determinou que “a divulgação de ocorrências e operações da PMPE em Redes Sociais, tipo Whatsapp, só se dê em grupos institucionais, criados com o objetivo da troca de informações operacionais no âmbito da PMPE”. A decisão detalha ainda que a participação nesses grupos de ocorrências e de operações institucionais só pode se dar pelos comandantes das Unidades, subcomandantes, comandantes de subunidades e de oficiais do nível estratégico da corporação. Ainda segundo o documento, “casos omissos serão tratados pelo subcomandante geral”.
A determinação ocorreu no dia seguinte à divulgação, por parte do Governo do Estado, do balanço da Secretaria de Defesa Social sobre a violência nos dois primeiros meses deste ano, quando foram contabilizados 977 homicídios no Estado. Em nota, a PMPE negou qualquer possibilidade de censura à imprensa. “Toda instituição tem um protocolo interno para trabalhar suas informações, especialmente em tempos de difusão sem controle imposta pelas redes sociais”, afirmou.
“A PMPE trabalha com muita informação estratégica, por vezes essenciais para o curso de uma investigação, ou ainda necessárias para o planejamento futuro de operações”, continua. “Em hipótese alguma há a intenção de censura ou omissão de informações, apenas o disciplinamento desse fluxo, cuja divulgação ampla e com linguagem apropriada continuará sendo feita pelos canais competentes da Corporação”, conclui.
Folha de Pernambuco
Foto: Anderson Stevens/Folha de Pernambuco