O levantamento revelou indícios de contradição em doações de campanha feitas por 16 mil beneficiários. Desse total, o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário identificou 3 mil pessoas que já haviam sido excluídas do programa por não se enquadrarem mais nas regras. Os demais 13 mil terão agora que atualizar os dados cadastrais para ter o benefício desbloqueado.
Os beneficiários do Bolsa Família não são proibidos de fazer doações de campanha, mas, segundo o ministério, o repasse tem que ser coerente com a renda declarada pelas famílias no Cadastro Único.
Uso indevido
De acordo com a ministra do Desenvolvimento Social e Agrário, Tereza Campello, há indícios de uso indevido dos CPFs dos cadastrados no programa por terceiros. Antes mesmo das eleições, o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, já alertava para possíveis fraudes nas doações de beneficiários e chegou a defender, num tom mais duro, que o valor seria “uma compra de voto institucionalizada”.
As famílias que tiveram o benefício do Bolsa Família suspenso foram notificadas por mensagem no extrato de pagamento e terão seis meses para fazer a atualização cadastral no setor responsável pelo programa nos municípios. Para atualizar os dados e regularizar o recebimento dos recursos, é necessário que o beneficiário apresente documentação de toda a família e o comprovante da doação eleitoral, se for o caso.
O Ministério alerta que quem não apresentar justificativa nesse prazo terá o benefício cancelado e quem não se enquadrar mais nos critérios do programa será desligado. Nos casos de pessoas que não fizeram doação de campanha, mas tiveram o CPF incluído entre os doadores, o Governo Federal informa que é preciso comunicar o erro à gestão do Bolsa Família no município em que reside.
Folhapress