Medidas estão sendo discutidas entre a entidade e a Secretaria Estadual de Saúde.
A Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) está discutindo com a Secretaria de Saúde de Pernambuco formas de agilizar o atendimento dos bebês que nasceram com microcefalia e que serão encaminhados para a entidade, localizada na Ilha do Leite, bairro da área central do Recife. Em quatro meses, de agosto a novembro de 2015, o Estado registrou 141 casos de microcefalia em recém-nascidos.
“Não temos como absorver todos de uma vez, nenhuma instituição teria essa capacidade. Trata-se de uma situação atípica porque o número de casos é muito grande”, observa a neuropediatra da AACD Bianca Madeiro. Segundo ela, as crianças com indicação de tratamento na entidade terão de entrar numa fila de triagem (como se faz com todos os pacientes da instituição) e esperar a primeira consulta.
Bianca Madeiro informa que, em outras ocasiões, quando a fila de triagem ficou muito grande, a AACD promoveu um mutirão para agilizar a seleção dos pacientes. “Ainda não sabemos como vamos proceder, no momento”, afirma. Ela esclarece que a criança não será encaminhada à AACD apenas por ter microcefalia. Isso vai depender do tipo de terapia que o paciente precisará.
A AACD é referência para reabilitação motora. Mas a criança com microcefalia também pode desenvolver deficiências cognitivas, visuais e auditivas. A referência para problemas auditivos é o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip). A Fundação Altino Ventura atende os casos de deficiências visuais. E a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) é a indicada para os problemas cognitivos.
Boletim epidemiológico sobre os casos de microcefalia no País será divulgado nesta terça-feira (17), pelo Ministério da Saúde, com coletiva de imprensa.