Quem mora na Bela Vista já está cansado de ver cenas como a que aconteceu na tarde desta terça-feira (27)., quando uma dupla armada rendeu um homem que estacionava o veículo no cruzamento da Rua Pedro Albuquerque Peixe com a Rua Givaldo Martins [Rua Um]. A ação dos marginais durou menos de um minuto e foi registrada pelo circuito de câmeras de uma casa.
A vítima dos assaltantes foi um motorista de uma caminhonete, modelo Hilux, cor prata e de placa PEE-1541. O carro, segundo a polícia, pertencia a uma igreja evangélica e o condutor chegava para buscar a esposa de um pastor. Os criminosos desembarcaram em um outro veículo modelo Onix e interceptaram as vítimas. “Eu estava na varanda e o cara chegou, botou a arma nele e levou a Hilux. Simplesmente assim, livre, leve e solto como se nada tivesse acontecendo. Chegou botou a arma na cara dele e levou o carro, o celular dele [do motorista], levou tudo. E a gente sem poder fazer nada”, contou uma testemunha.
O automóvel levado pelos assaltantes até o fechamento desta matéria não havia sido localizado. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil que já analisou as imagens do assalto. O detalhe é que não é o primeiro caso que acontece na mesma rua.
INSEGURANÇA
Há dois meses, outro assalto foi filmado por câmeras de um restaurante. Um casal foi surpreendido por dois criminosos, um deles armado no dia 20 de maio, por volta das 18h28. As vítimas estavam sentadas na parte externa de um restaurante, quando dois assaltantes correram em direção ao casal e sacaram um revólver. O veículo roubado também foi uma Hilux.
AUSÊNCIA DE POLICIAMENTO
Com uma área geograficamente extensa, a Bela Vista é um local que antes não registrava tantas investidas criminosas, mas com o passar do tempo e a carência de ações preventivas da Polícia Militar, através do 21º Batalhão, os moradores da localidade vivem refém da criminalidade. “É difícil ver uma viatura da Polícia Militar fazendo ronda ou abordagem. E raramente quando passam, é só pela principal. Estamos com medo, pois hoje foi o vizinho e amanhã pode ser eu, você, qualquer um”, disse a comerciante Lúcia Silva.
Apesar das diversas cobranças feitas a PM, a situação continua do mesmo jeito: bairro despoliciado e os bandidos agindo tranquilamente. “É lamentável que um área nobre que era tão tranquila, está se tornando um bairro que expressa medo hoje. Só notícia ruim nos jornais e ninguém toma uma providência, revoltante”, comentou o estudante Alexandre Medeiros, de 19 anos.
Em nota, assessoria da Polícia Militar explicou que “a demanda será repassada ao comandante do 21º Batalhão”. A PM também alerta: “após o fato, as vítimas devem prestar queixa, na Delegacia de Polícia Civil, para que sejam investigados os responsáveis e também para que as polícias possam realizar seus planejamentos estratégicos, de acordo com as estatísticas de cada localidade.” Com tantos registros de ocorrências, por qual razão o bairro ainda não foi assistido pela Corporação? Enquanto as ocorrências de roubos e furtos ficarem em segundo ou terceiro plano, a população sofrerá com a marginalidade.