Cem dias após os primeiros três casos confirmados do novo coronavírus em Vitória de Santo Antão, podemos afirmar que a crise provocada pela Covid-19 expôs problemas que já eram existentes no município.
Com sistema de saúde ainda precário, onde unidades básicas de saúde não contam com médicos diariamente, a população busca a maior parte dos atendimentos no Hospital João Murilo de Oliveira, que acaba ficando congestionado. Só após a gravidade dos números de infectados pelo vírus, a cidade foi contemplada com leitos de UTI. Antes disso, como ocorre há anos, Vitória dependeu de cidades de maior porte, como Recife e Caruaru, para casos de maior gravidade.
As filas na área central da cidade não foi novidade na pandemia. Com poucas agências para grande demanda dos vitorienses e moradores de cidades da região, a grande concentração para atendimentos mostrou o que já existia e que se agravou ainda mais.
A deficiente comunicação do Poder Executivo também foi evidenciada na crise sanitária. Sem liderança, transparência e proximidade com a população, demostrou que os problemas precisam aparecer para poder agir.
Os problemas que afetam a cidade, infelizmente, são subestimados. Apesar do seu porte e do que representa, Vitória de Santo Antão tem ‘estacionado no tempo’ e ficado para trás no protagonismo a nível estadual. Reagir é preciso.