Reabertura do comércio em Pernambuco gera preocupação

Nesta segunda-feira (15), lojas de varejo com até 200 metros quadrados, em bairros e nos centros das cidades, reabriram suas portas nas maioria dos municípios pernambucanos – exceto regiões das matas Norte e Sul e o Agreste, onde o movimento da epidemia ainda apresenta demanda elevada sobre o sistema de saúde. O primeiro dia de reabertura do comércio no Plano de Convivência das Atividades Econômicas com a Covid-19, no entanto, gerou um alerta, devido aos focos de aglomeração e ao grande fluxo de pessoas sem máscara ou as utilizando de forma incorreta. 

“Pelos estudos que têm sido feitos em vários lugares do mundo, há a possibilidade concreta de ondas (de contágio), de haver crescimento de número de casos, demanda por leitos de terapia intensiva. Isso vai depender fundamentalmente do comportamento das atividades que estão sendo retomadas. O grande desafio é como dar ordenamento adequado no comércio, que tem grande amplitude, são múltiplas lojas e o poder público não é onipresente nesses espaços”, frisou o secretário de Saúde do Estado, André Longo. 

O gestor alertou que é preciso comprometimento dos lojistas e dos usuários para que a retomada aconteça sem maiores problemas. Embora os números gerais do Estado e, sobretudo, da Região Metropolitana do Recife, apontem para uma tendência de redução de casos, óbitos e internações decorrentes da Covid-19, esse movimento não é uma garantida de segurança. Nada impede que uma nova onda possa acontecer. E Longo deixou claro que o Governo do Estado não hesitará se houver necessidade de impor novas restrições. 

“Alguns setores começaram seguindo firmemente as regras, como a construção civil, o segmento da saúde, com clínicas e laboratórios, que começaram de forma exemplar (na semana passada). Mas se um setor começa extremamente desorganizado… Não estou fazendo julgamento por um dia, precisamos acompanhar a semana para ver como será o setor do comércio. Mas, certamente não vamos hesitar em proteger a segurança, saúde e a vida das pessoas. Se o comercio se mostrar irresponsável nessa retomada, se as pessoas não se comportarem de forma adequada, as autoridades sanitárias terão que intervir no processo. É muito importante que haja o seguimento dos protocolos. É preciso que haja compromisso dos lojistas, dos gerentes, dos usuários, que querem ter o comércio aberto. Não é só o poder público que vai conseguir garantir toda uma estruturação. Isso vai ter que ser dividido com as associações, a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas). Cabe que os protocolos sejam aplicados. Estaremos atentos, observamos isso a partir de ações da vigilância sanitária”, disse.

Folha de Pernambuco

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