Suspeita de Covid-19: Família relata demora em procedimentos cruciais para salvar técnica de enfermagem

A família de uma jovem que morreu na noite desta sexta-feira (17), no Hospital João Murilo de Oliveira, em Vitória de Santo Antão, por suspeita de Covid-19, relatou em denúncia a demora em procedimentos que poderiam salvar a vida da jovem. Williane Maily Lins dos Santos, de 30 anos, teve o óbito confirmado enquanto aguardava para conseguir uma vaga de UTI na capital pernambucana. As informações são do Jornal do Commercio.

Williane, que era técnica de enfermagem, se queixou de sintomas de laringite há duas semanas e mesmo depois de se tratar com medicamentos não obteve melhoras. A partir daí, ela foi encaminhada para o Hospital João Murilo depois que o quadro de saúde se agravou, com falta de ar e cansaço.

Segundo o seu padrasto, em entrevista ao JC, a procura por uma UTI se deu na manhã da quinta-feira e paralelamente a família solicitou que o Hospital João Murilo a entubasse, o que só foi feito quando a vaga surgiu. “Quando entubaram, ela teve uma parada cardíaca”, contou Abimael Pereira, também técnico em enfermagem.

A médica nefrologista Suzana Melo, chefe e amiga de Williane tem sido a porta voz do caso. Ela também relatou que houve demora no processo de entubação no hospital da cidade, além de ter obtido informações que na capital pernambucana existiam UTI’s disponíveis para receber a paciente. 

“Falei com diversos médicos e coordenadores dessas UTI’s e eles me garantiram que só podiam receber a paciente se fosse pela central. Quando vieram identificar uma vaga no Hospital São Marcos, ela já estava morta”, revelou ao Jornal do Commercio. A morte de Williane ainda é tratada como caso suspeito de contágio por Coronavírus (Covid-19), mas a testagem, que só foi feita após o óbito, ainda não teve o resultado divulgado.

Procurada pelo jornal, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) explicou que a paciente deu entrada na unidade de Vitória com um quadro moderado de Srag (Síndrome Respiratória Aguda Grave), mas que se agravou. A pasta garante que, diante desse agravamento, foi solicitada uma vaga de UTI à Central de Regulação de Leitos, disponibilizado ainda na noite do mesmo dia em um hospital privado. “Infelizmente a paciente teve uma piora súbita antes que fosse possível realizar a transferência”, diz a nota oficial.

O Hospital João Murilo de Oliveira ainda não se pronunciou.

CORONAVÍRUS EM VITÓRIA

Com estado de calamidade declarado, Vitória de Santo Antão tem, até este sábado (18), 20 casos confirmados da doença e cinco mortes. Os óbitos ocorreram entre 3 e 14 de abril. Segundo a Secretaria de Saúde da Vitória, os casos confirmados variam entre as idades de 28 e 86 anos e estão distribuídos entre os bairros Matriz, Cajá, Caic, Lagoa Redonda, São Vicente de Paulo (Maués), Cidade de Deus, Livramento, Jardim Ipiranga, Redenção, Bela Vista e sítio Gameleira.

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