As estatísticas da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) apontam que, no mês passado, os Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVPs) caíram 25,41% em relação ao mesmo mês de 2018. O quantitativo de queixas foi o mais baixo desde abril de 2015. Todas as regiões do Estado apresentaram, segundo a SDS, retração dessa modalidade criminosa.
Essa série histórica descendente foi iniciada em setembro de 2017 e continuou sua tendência no mês passado, com redução de fevereiro. Em números absolutos, a queda foi de 8.473 para 6.320 ocorrências, o que significa menos 2.153 casos de violência visando a subtração de bens.
Fevereiro de 2019 só não teve menos CVPs que abril de 2015 (6.126), tornando-se o de maior recuo dessa modalidade criminosa em 46 meses (ou 3 anos e 10 meses). No acumulado do primeiro bimestre de 2019, em contraste com o mesmo período de 2018, a diferença foi de 4.059 casos a menos neste ano.
AGRESTE LIDERA A QUEDA – O declínio nos crimes violentos patrimoniais se deu em todas as regiões do Estado, do litoral ao Sertão. O Agreste liderou o ranking de redução no comparativo, com 37,15% de queda: foi de 1.661 registros, em fevereiro de 2018, para 1.044 no mês passado. A Área Integrada de Segurança 14 (AIS 14), que tem sede em Caruaru, atingiu o menor patamar dos últimos 53 meses, com 480 ocorrências de CVP. Outra AIS com destaque, também no Agreste, foi a AIS 15, sediada no município de Belo Jardim. Com 49 casos, chegou ao mais baixo número em 52 meses. A segunda região do Estado com maior redução nos CVPs foi o Sertão, com -27,99% (de 493 para 355). A AIS 25, cuja sede é Cabrobó, teve 14 ocorrências, o mais baixo número em 46 meses.
O Sertão foi seguido pela Região Metropolitana do Recife (exceto Capital), com -22,44% (de 2.576 para 1.998). Na RMR, observou-se que a AIS 10 (Cabo de Santo Agostinho) reduziu os crimes violentos patrimoniais ao menor patamar desde novembro de 2014. A Capital de Pernambuco também ajudou a puxar a retração desse tipo de criminalidade verificada em todo o Estado. Com -22,25%, o Recife passou de 2.998 roubos em fevereiro de 2018 para 2.331 no mesmo mês do ano corrente. Na Área Integrada de Segurança 5, composta por 22 bairros da Zona Oeste do Recife, a exemplo de Casa Forte, Casa Amarela, Beberibe, Morro da Conceição, Alto José do Pinho e Nova Descoberta, as 275 ocorrências representam o menor quantitativo de queixas em 3 anos e 10 meses.
O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Antonio de Pádua, destaca que uma das estratégias de combate aos CVPs com êxito na prevenção dos assaltos e furtos são as operações permanentes instaladas no Centro do Recife, na Zona Sul da Capital e ao longo da Avenida Agamenon Magalhães. “Somente a Operação Boa Viagem conseguiu reduzir em 26,7% os assaltos nesse bairro da Zona Sul. Com a Operação Cerne, que abrange os bairros do Centro conhecidos pelo comércio e movimento intenso, a queda foi de 25,5%. E temos a Operação Agamenon Magalhães, que nesse mesmo período registrou -18,7% CVPs. Mais que números, isso significa pessoas poupadas da violência, assim como a retomada da sensação de segurança pela população. Nossos desafios ainda são enormes e, por isso, as forças de segurança estão trabalhando para reduzir, dia a dia, o campo da criminalidade na vida social”, avalia o secretário.
Até a região com o menor percentual de redução de roubos superou os 20% de queda na mesma metodologia de comparação. Foi o caso da Zona da Mata, com -20,54% de diminuição nas ocorrências (caindo de 745 para 592) entre os dois últimos fevereiros. As áreas integradas de Palmares (AIS 13) e de Vitória de Santo Antão (AIS 12) alcançaram seus patamares mais reduzidos dos últimos 43 e 39 meses, respectivamente. Na AIS 13, as 125 ocorrências de fevereiro são as mais baixas desde junho de 2015. Já em Vitória, foram 224 casos, estatística que, voltando na linha do tempo, só ficou acima das notificações feitas à Polícia em novembro de 2015.
Diario de Pernambuco