Pela primeira vez desde que foi inaugurada em 2013, a Arena de Pernambuco começará uma temporada sem parceria com Náutico, Santa Cruz ou Sport. A partir de 2019, o Timbu volta a mandar seus jogos oficiais no reinaugurado estádio dos Aflitos. Por mais que o vínculo não tenha sido sucesso absoluto de público – a média de 2018 foi de 7.554 torcedores –, a ausência de uma equipe de expressão reforça a necessidade de a administração encontrar meios para não ampliar a sensação de subutilização do equipamento.
Sport e Santa Cruz também têm seus estádios próprios (Ilha e Arruda) e deixam claro que só atuarão em jogos pontuais na praça esportiva de São Lourenço da Mata dependendo da negociação e da atração do jogo. Confirmados há apenas cinco duelos do Vitória de Santo Antão pela primeira fase do Campeonato Pernambucano. Também existe a possibilidade de acerto com o CSA. O time alagoano subiu à Série A do Campeonato Brasileiro este ano, mas as negociações ainda estão em andamento.
As arenas construídas para a Copa do Mundo de 2014 sem vínculo com times fortes vêm sendo relegadas ao desuso. Um dos exemplos é o Mané Garrincha, em Brasília. O equipamento só costuma ter as dependências completas quando times do eixo Sudeste/Sul transferem o mando para o local. As Arenas Pantanal, em Cuiabá-MT, e da Amazônia, em Manaus-AM, vivem o mesmo problema. Já Arena das Dunas, em Natal-RN, acaba sofrendo com o mau momento do América-RN, na Série D Nacional. O ABC tem seu estádio, o Frasqueirão.
Tais dificuldades não passam com o Beira-Rio em Porto Alegre-RS (Internacional), Arena da Baixada em Curitiba-PR (Atlético-PR), Itaquerão em São Paulo-SP (Corinthians), Maracanã no Rio de Janeiro-RJ (Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense), Mineirão em Belo Horizonte-MG (Cruzeiro), Fonte Nova em Salvador-BA(Bahia) e Castelão em Fortaleza-CE (Ceará e Fortaleza).
Apesar do vácuo deixado pela ausência do Náutico, as autoridades ligadas ao projeto não se mostram preocupadas. “A saída do Náutico não nos preocupa, não é uma dificuldade, pois, muitas vezes, ficávamos com a agenda engessada por alguns jogos pequenos. Com isso, conseguimos abertura para dois grandes shows internacionais, um no primeiro semestre e outro no segundo”, comentou o diretor presidente da Arena, Kleber Borges. O gestor falou também sobre esforços para trazer outros amistosos internacionais ao estádio, a exemplo do jogo realizado entre Barcelona Legends e Pernambuco Legends este ano.
Como o diálogo com os três grandes clubes do Estado continua aberto, a expectativa é que o equipamento de São Lourenço da Mata também receba alguns duelos com grande apelo de público. “Eu não tenho dúvida que, independente da reabertura dos Aflitos, jogos que vão ensejar um público com mais de 20 mil pessoas vão para a Arena e ela vai estar preparada como sempre esteve para receber esses públicos, podendo chegar a 46 mil, que é sua capacidade máxima”, observou o governador de Pernambuco, Paulo Câmara.
O presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, também se mostrou confiante sobre o futuro do estádio que recebeu jogos da Copa da Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de 2014. “O estádio serve aos três (Náutico, Sport e Santa Cruz). O fato de não ter um clube fixo não repercute. O estádio se paga. A Arena tem dezenas de operações e nós faremos lá os grandes jogos”, afirmou.
Mandante no estádio no Estadual de 2019 – pelo segundo ano seguido, o Carneirão, em Vitória de Santo Antão não tem condições de uso –, o Vitória aposta na melhora de público. Este ano, o time teve média de apenas 856 torcedores. “Como estádio, não há melhor em Pernambuco. A única coisa que não é tão boa é estar a 30 km da nossa cidade. Mas estamos montando um time competitivo para a torcida chegar junto. Time que não ganha não tem torcida”, apontou o presidente do Vitória, Paulo Roberto.
JC Online