Pouco mais de cinco meses após o assassinato da estudante de medicina Raynéia Lima, a Justiça da Nicarágua, país onde ela morava, confirmou a condenação do homem que confessou o crime. Nesta quarta-feira (12), o segurança Pierson Adán Gutiérrez Solís foi condenado a 15 anos de prisão, sendo 14 pelo homicídio da pernambucana e um pelo porte ilegal de arma de fogo. Ao admitir a execução, ele abriu mão de ir a júri popular. Além dos 15 anos de reclusão, o acusado ainda vai arcar com uma multa de 6.239 córdobas, valor que representa aproximadamente R$ 740 (na data da publicação desta matéria).
Gutiérrez Solís admitiu o crime, alegando que avistou o carro da estudante se movendo em alta velocidade e de maneira “errática”, o que ele entendeu como uma “atitude suspeita”. Isso teria motivado “disparos preventivos” por parte do segurança e seu companheiro, Javier Videa Reyes. Raynéia voltava da Universidade Nacional Autônoma do Nicarágua (Unan), onde estudava. Quando estava a uma distância de 10 metros dos vigilantes, ela foi atingida por uma rajada de tiros de fuzil Colt.
Relembre o caso
Nascida em Vitória de Santo Antão, no Agreste pernambucano, Raynéia era aluna do último ano do curso de medicina na Unan. Muito perto de realizar seu sonho de infância e tornar-se médica, a estudante cumpria o internato, fase final da formação universitária, no Hospital Carlos Roberto Huembes e já fazia planos de voltar ao Brasil após concluir a graduação. Quando retornava para casa depois de um plantão, ela foi atingida pelos disparos. Chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
O assassinato da pernambucana ocorreu em um contexto de violência e protestos contra o presidente Daniel Ortega, cujo governo vem, desde o mês de abril, reprimindo protestos e matando centenas de civis.
Informações do OP9
Foto: Facebook/Reprodução