A Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) e a Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco – Condepe/Fidem divulgaram nesta terça-feira (12) os números do levantamento sobre o Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco referente ao primeiro trimestre de 2018.
A preços de mercado, o PIB/PE alcançou R$ 45,1 bilhões em valores correntes, apresentando crescimento real de 1,9% no período de janeiro a março em relação ao mesmo período de 2017. Esse desempenho decorreu do comportamento agregado, no trimestre, dos três grandes setores econômicos: Agropecuária (12,1%), Indústria (0,9%) e Serviços (1,4%). Em termos comparativos, a economia pernambucana exibiu, recentemente, recuperação mais robusta que a da economia brasileira, tendo em vista seu crescimento de 1,9% nos últimos quatro trimestres, quando comparado ao do PIB nacional de 1,3%, nesse mesmo período.
O presidente da Agência Condepe/Fidem, Bruno Lisboa, afirmou que este é um resultado bastante positivo que coloca Pernambuco na ponta de lança dos estados do Nordeste. “Os números mostram a retomada do crescimento do Estado. Quando comparamos a outros estados do Nordeste, o salto do nosso estado é muito expressivo. O PIB do trimestre da Bahia foi de 0,6%, o de Pernambuco foi 1,9%, maior inclusive que o do Brasil, que foi de 1,2%”, informou.
De acordo com Bruno Lisboa, os números do PIB neste 1º Trimestre são reflexos dos investimentos do Governo de Pernambuco para assegurar o desenvolvimento econômico do estado. “Quando o Brasil consolidar seu crescimento, certamente Pernambuco terá papel de destaque. Mesmo nesse momento de crise, o Estado conseguiu ter esse protagonismo, acima do Brasil, sendo destaque no Nordeste”, comentou o presidente.
O PIB estadual registrou crescimento de 0,5%, no comparativo do 1º trimestre de 2018 com o trimestre imediatamente anterior, considerado o ajuste sazonal. Esse resultado refletiu o desempenho dos setores econômicos da Agropecuária (3,6%), da Indústria (-0,5%) e dos Serviços (0,5%), quando comparados ao 4º trimestre de 2017 e excluídos os efeitos da sazonalidade.
AGROPECUÁRIA – No período janeiro a março de 2018, em relação ao mesmo período de 2017, o Setor Agropecuário revelou um crescimento de 12,1%. Na agricultura, as lavouras temporárias cresceram 18,7%, influenciadas principalmente pelo incremento na produção de milho, mandioca, feijão, abacaxi e tomate. As lavouras permanentes registraram um crescimento de 6,4%, destacando-se os aumentos na produção de banana, café e maracujá.
A pecuária apresentou comportamento estável (0,5%), com destaque para o aumento na produção de ovos, enquanto a avicultora de corte decresceu. A bovinocultura de corte e leiteira bem como a suinocultura também registraram contração no trimestre.
INDÚSTRIA – No primeiro trimestre de 2018, o desempenho do Setor Industrial (0,9%) em Pernambuco decorreu do desempenho positivo, ainda que moderado, das atividades da Indústria de transformação (1,3%) e da estabilidade na Construção civil (0,4%) e na produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana (0,0%).
Houve um dinamismo do complexo metal-mecânico, especialmente de atividades que expandiram de forma significativa sua produção, como a fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (33,3%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (13,7%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (8,4%) e de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (3,3%), sendo exceção, neste complexo, a Metalurgia (-2,4%). Também foi resultado do crescimento das atividades de fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal (3,7%), de bebidas (3,4%) e de produtos de minerais não metálicos (1,3%).
SERVIÇOS – No acumulado do ano, o Setor de Serviços em Pernambuco cresceu 1,4% quando comparado ao mesmo período de 2017. Todas as atividades do setor contribuíram positivamente para este resultado, principalmente Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados (6,8%), atividades imobiliárias e aluguéis (2,9%) e outros Serviços (2,4%). As atividades de administração, saúde e educação públicas (1,3%), transporte, armazenagem e correio (0,7%) e comércio (0,2%), apresentaram desempenho mais modesto.
No caso do Comércio, atividades que lideraram e apresentaram expansão foram e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (10,5%), Veículos, motocicletas, partes e peças (10,4%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (6,9%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,9%) e Móveis e eletrodomésticos (3,2%). Em sentido contrário, apresentaram desempenho negativo do indicador no período o varejo de Livros, jornais, revistas e papelaria (-17,3%), Tecidos, vestuário e calçados (-15,3%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-6,4%), Materiais de construção (-2,3%) e Combustíveis e lubrificantes (-1,9%).
O bom desempenho das atividades de Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados deveu-se a recuperação do crédito à pessoa física e aos planos de saúde e seguros. Com a retomada da economia, as Atividades imobiliárias e aluguéis possuem tendência a se recuperar, em parte, da base comprimida ocasionada pela crise de 2015-2016.