Uma cerimônia especial marcou nesta terça-feira (24), no Teatro Arraial Ariano Suassuna, a entrega dos certificados aos vencedores do 2º do Prêmio Ariano Suassuna de Cultura Popular e Dramaturgia. Com apresentação da Cia de Acrobacias Aéreas Penduricalho na abertura, a cerimônia emocionou a todos os presentes, por dar protagonismo aos artistas populares. Cada um deles subiu ao palco e recebeu certificado das mãos do governador Paulo Câmara, do secretário de Cultura Marcelino Granja e da presidente da Fundarpe, Márcia Souto. Os vencedores da categoria Mestres e Mestras dos Saberes e Fazeres foram contemplados com R$ 10 mil, cada. Na categoria grupo, o valor do prêmio é de R$ 15 mil. Na área de Dramaturgia, o prêmio para o primeiro lugar é de R$ 10 mil; e R$ 7 mil para o segundo colocado.
A seleção das propostas vencedoras na área de Cultura Popular foi avalizada por uma comissão formada pelos especialistas Francisco Adriano da Costa Souza, José Bezerra de Brito Neto, Débora Fernandes Herszenhut e André Alexandre Mendes Freiras. Na área de Dramaturgia, a análise ficou por conta de Morgana Pessoa, Cristiana Gimenes e Luiz de Assis Monteiro.
Dona Glorinha do Coco, coquista do bairro do Amaro Branco, em Olinda, também tocou alguns cocos com seu grupo e, aos 83 anos, relatou a sua gratidão por receber o prêmio. “Não me considero velho, só um pouquinho usada”, brincou a senhora, esbanjando vitalidade e lucidez. O bacamarteiro Janduir João dos Santos, do Grupo de Bacamarte Batalhão 56, também falou representando os artistas populares. Ressaltou que além de diversão, o bacamarte representa a resistência da cultura popular. “O trabalho que viemos fazendo não é só uma brincadeira, é uma forma de dar seguimento, levando a cultura para as próximas gerações”, relatou.
Nascido em Recife, mas tendo vivido toda vida em Vitória de Santo Antão, aos 28 anos, o escritor ator, diretor e professor Rafael Gustavo é vencedor de diversos títulos literários, sendo a segunda vez que leva o prêmio Ariano Suassuna. Agradeceu a “deus, deusas, orixás, a família, aos professores”, reforçando a importância do ato de agradecer. No seu discurso, emocionou a todos os presentes por levantar, com força, coragem e sensibilidade, a bandeira da arte e da educação, como instrumento da transformação social. “Quando o mal na política acontece, é a arte a primeira a ser desnutrida… mas não nos calaremos, não venham com seus valores conservadores. Se me calarem a voz, vai jorrar tanto artista falando por mim. O melhor aliado ao desenvolvimento social é a cultura e a educação”, discursou levando aplausos fortes da plateia.