As estatísticas apontam que em 2017, aumentou o registro de veículos roubados em todo o estado do Pernambuco. Dados da Polícia Rodoviária Federal do Estado, mostram que o número de veículos roubados, que foram recuperados nas estradas, aumentou 6 vezes mais que o mesmo período do ano passado. De janeiro a setembro deste ano, foram apreendidos 222 veículos roubados nas rodovias federais de Pernambuco, no mesmo período do ano passado, esse número era bem menor, apenas 34 veículos apreendidos.
Segundo o Inspetor Cristiano Mendonça, chefe de comunicação da Polícia Rodoviária Federal do Pernambuco, esses veículos roubados são utilizados para praticar diversos tipos de crimes, como roubo, tráfico de drogas e contrabando, além de serem revendidos por valores abaixo do mercado.
No momento da identificação, após uma verificação minuciosa nos caracteres do carro, a polícia constata que as placas desses veículos são frias, clonadas, “na maioria das vezes são placas clonadas, ou seja, com a mesma numeração de veículos regularizados, da mesma marca, cor e modelo” afirma o inspetor Cristiano.
O trabalho de fiscalização da polícia para coibir a ação desses criminosos é intenso, mas eles continuam agindo, principalmente pela facilidade que os criminosos encontram para fazer a clonagem das placas e circular livremente pelo estado, isso através do emplacamento irregular e da adulteração nos documentos do veículo. “ A polícia investe na capacitação das equipes para que as fraudes possam ser identificadas e em comandos específicos de fiscalização, que verificam tanto a documentação como os caracteres veiculares. Além disso, são levantadas informações sobre grupos que cometem esses crimes e são realizadas operações voltadas para combater esta pratica” diz o inspetor.
A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, afirma que no total, de janeiro a agosto de 2017, foram registrados 4.972 veículos roubados que foram recuperados pelo trabalho das policias Civil e Militar.
O delegado titular de Repressão aos Roubos e Furtos de Veículos, Mauro Cabral, explica que deste total boa parte são veículos clonados. “Quando o veículo é recuperado ele passa por um processo de vistoria para a identificação se a placa foi clonada, as quadrilhas roubam os carros, modificam a placa e cometem outros crimes, eles conseguem comprar essas placas através do mercado paralelo, ou em casos de quadrilhas mais sofisticadas que produzem e fabricam placas frias, explica o delegado.
O delegado alerta, ainda, para outra modalidade de crime que vem se tornado comum, a venda de veículos pela internet com placas clonadas, aplicativos que geralmente vendem os carros com preços mais atrativos onde as quadrilhas aproveitam da informalidade para aplicar golpes.
O problema é grave e persiste, o delegado afirma que a polícia vem trabalhando para combater a atuação dessas quadrilhas, mas que seria necessário uma ação em conjunto com outros órgãos fiscalizadores, “ é necessário aumentar o controle desse mercado paralelo que fabrica e revende placas fora da legalidade”, afirma o delegado.
Os inúmeros casos de fraudes e crimes envolvendo as placas veiculares em todo o Brasil, acontece muito pela falta do controle, medidas emergências devem ser adotadas para mudar essa realidade e diminuir os registros desse tipo de crime. No intuído de combater a pratica deste crime o Detran PE publicou a portaria 1604/17 em 23 de maio deste ano, com medidas para a produção de placas veiculares. O objetivo da nova medida é combater os casos de clonagem de placas de veículos, além de reorganizar e redefinir os procedimentos operacionais de produção, distribuição e comercialização. Com tal medida o estado do Pernambuco vem ganhando destaque e notoriedade em ações para diminuir os casos de roubos de veículos.
Vale ressaltar que de acordo com os regulamentos vigentes do CONTRAN, as placas veiculares devem ser produzidas por empresas credenciadas pelos Órgãos Executivos de Trânsito dos Estados e do Distrito Federal, sendo que, a exemplo de outros DETRANs do país, o DETRAN-PE, já diferenciava duas categorias de empresas que atuam nesse setor, justamente para oportunizar o acesso a um número maior de empresas. O Departamento de Trânsito do Estado de Pernambuco foi o pioneiro em diferenciar as duas categorias de empresas que atuam neste setor.
Dentre as medidas da portaria decretada pelo presidente do Detran-PE, Charles Ribeiro, especifica que as placas devem conter o código QR para evitar clonagem e auxiliam no maior apoio operacional. Provendo completa rastreabilidade das placas e controle pelo Governo. Juntamente com a utilização de maquinário interligado e a inserção de itens de segurança que tornam inviável qualquer clonagem. Foram adicionadas uma serie de critérios de segurança no processo, onde outras melhorias tecnológicas são exigidas. A medida vale para veículos novos e ou para transferências.
Dentro dos novos parâmetros, fica determinado que tanto o Fabricante (fornece as placas semiacabadas) quanto o Estampador (estampa a combinação alfanumérica e emplaca o carro) são responsáveis por todo o processo. Para isso é necessário que a empresa se adeque as tecnológicas possibilitando assim, a segurança, autenticidade, rastreabilidade e validação completa na realização dos procedimentos de produção, distribuição e utilização/descarte da placa veicular.
Desta forma este conjunto de ações poderá possibilitar a redução das placas clonadas, roubos de carro e consequentemente os crimes oriundos dessa pratica.
Foto: Divulgação/PRF