A secretaria de Saúde de Pernambuco está investigando possíveis casos renotificação de chikungunya no estado, durante os primeiros meses de 2017. O último boletim epidemiológico divulgado, da 12ª semana do ano, mostra que apesar de, comparado a 2016, haver a diminuição de 97,6% nos casos da doença desde janeiro, houve um aumento de 18% nos registros, com relação ao 11º levantamento, da semana anterior.
A tendência de aumento vinha sendo registrada desde o intervalo entre a 10ª e a 11ª semana, quando houve incremento de 23%. Ao todo, até 25 de março, foram notificados 883 casos de chikungunya, sendo que 190 foram confirmados e 268 descartados. De acordo com a gerente do Programa de Controle das Arboviroses de Pernambuco, Claudenice Pontes,é possível que pacientes que já tiveram chikungunya em outros períodos estejam sentindo sequelas e, nas unidades de saúde, sendo notificados como novos casos da arbovirose.
“Os relatos apontam que os pacientes que tiveram chikungunya adquirem imunidade à doença. O que fica é as sequelas, muitas vezes crônicas. O que pode acontecer é que, sem informação, as pessoas chegam aos postos com os mesmos sintomas de meses atrás e os médicos, sem saber que já houve diagnóstico anterior da doença, notifiquem novamente”, disse Claudenice. De acordo com ela, os números precisam ser investigados antes de avaliados como situação epidemiológica.
Ainda segundo Claudenice, as renotificações são mais comuns em pacientes idosos, já que os sintomas da doença são intensificados. “Estamos alertando os municípios para que seja feita essa checagem prévia nas suspeitas de chikungunya, mas preferimos que seja renotificado do que não notificado de forma alguma. Assim, podemos ter uma ideia mais precisa da situação de contaminação no estado e adotar estratégias mais efetivas”, explicou.
O mês de março é um dos meses mais propícios para a proliferação do Aedes aegypti, vetor da dengue, zika e chikungunya, e, consequentemente, para a transmissão de arboviroses. Para Claudenice Pontes, apesar da diminuição do índice de infestação, é preciso controlar a população doente para que a contaminação não seja sustentada. “O interior das residências é o principal local de proliferação dos mosquitos, porque a população precisa armazenar água e acaba criando ambientes propícios ao aedes”, disse.
G1 Pernambuco