Os efeitos da estiagem – no sexto ano consecutivo de secas – comprometem a produção canavieira de Pernambuco. De acordo com a Associação dos Fornecedores de Cana (AFCP), mesmo que chova agora, o plantio e o crescimento dos brotos para a próxima safra já foram afetados.
A situação é mais grave entre as cidades de Tracunhaém e Nazaré da Mata. Nessa região, a Associação relata que muitos canaviais estão totalmente secos. Em Carpina, por exemplo, ACFP calcula que as precipitações foram 208% menores do que o previsto para o período entre junho e dezembro do ano passado.
Mesmo na Mata Sul, onde o clima costuma ser mais favorável, as lavouras foram impactadas pela estiagem. “A seca também tem prejudicado significativamente a produção de cana nos estados de Alagoas e Sergipe. Em SE, há relatos até de usinas comprando água de carro pipa para findar a moagem da safra 2016/17”, informou Alexandre Andrade Lima, presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida).
Presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha diz que os números atestam os prejuízos gerados pela estiagem persistente. “O Nordeste já chegou a produzir 60 milhões de toneladas e, este ano, deve gerar apenas 45 milhões. No caso de Pernambuco, a produção, que já chegou a 19 milhões de toneladas caiu para 11,5 milhões de toneladas na safra passada”, detalhou.
Ele defende a criação de uma política emergencial por parte do Governo Federal para socorrer os produtores. “É preciso que os ministérios da Agricultura e Integração formulem ações de curto prazo, mas com características estruturantes”, ponderou.
Folha de Pernambuco