Depois da queda de braço entre o governo e as associações da Polícia Militar do Estado, o secretário de Defesa Social, Ângelo Gioia, foi duro nas críticas às entidades e diz não reconhecê-las. Na tarde desta sexta-feira (17), Gioia concedeu entrevista para explicar as mudanças nos comandos da Polícia Militar e Civil, divulgada no fim da manhã. O anúncio veio uma semana antes do início do Carnaval, mas o secretário frisou que as “instituições são maiores do que as pessoas” e que haverá “reprimenda à altura” caso haja alguma paralisação durante o Carnaval.
“Nós adotamos medidas legais há dois meses evitando a deflagração do que seria uma greve no Estado, que seria ilegal. Adotamos medidas de polícia judiciária militar e disciplinares contra aqueles que atentaram contra à constituição e a legislação vigente e nõa há razões para acreditar que outros queiram partir para essa aventura, porque certamente haverá reprimenda à altura do Estado”, grifou.
No início desta semana, durante a votação do reajuste da Polícia Militar, os policiais presentes na Alepe gritavam, em coro: “não vai ter Galo; não vai ter Galo”.
Na fala, Gioia reconheceu o trabalho das autoridades que deixaram os cargos (Carlos D’Albuquerque; da PM e Antônio Barros; da Civil),e, na sequência, afirmou que o objetivo da mudaça foi restabelecer o princípio da autoridade, autonomia e disciplina.
“Nós não podemos imaginar que em um governo constituído fique refém de grupos que portam armas. Polícia é a tropa armada do Estado, por isso está sob a égide de legislação específica e especial, regime previdenciário difereciado e a constituição proíbe qualquer manifestação com conotação de greve. Não se pode ficar à mercê de movimento paredista. Então nós evitamos isso aqui e, certamente, nossas forças policiais estarão trabalhando dentro da legalidade”, afirmou.
Segurança
Os policiais militares vinham realizando, desde dezembro, uma operação padrão como forma de protesto. Durante entrevista concedida ao programa Resenha Política, da TVJC, Gioia assegurou que a crise na segurança pública no Espírito Santo, e o quadro semelhante que pode eclodir no Rio de Janeiro não ocorrerão em Pernambuco. Segundo ele, iniciativas do Governo impediram que um cenário semelhante fosse vivido no Estado.
Em janeiro deste ano, foram registrados 479 homicídios em Pernambuco, uma média de 15 por dia, segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS). Só nos primeiros 31 dias do ano, ocorreram 196 assaltos a ônibus no Grande Recife, média de seis por dia. Já o Sindicato dos Rodoviários afirma que esse índice é superior. De acordo com dados da categoria, foram 526 crimes nos primeiros 45 dias do ano, média de 11 a cada 24 horas.
Jornal do Commercio