Em entrevista na noite desta terça-feira (14), o presidente da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco (ACS-PE), Alberisson Carlos, afirmou que a operação padrão da Polícia Militar continuará. A decisão é uma resposta à aprovação do projeto que reajusta os salários da categoria, e que não foi bem recebida pela tropa.
“Vamos continuar na operação padrão, a operação Polícia Legal. Vamos intensificar, não vamos entregar de maneira nenhuma os nossos pontos. Até porque a população tem que saber que se tivesse um projeto que a categoria estivesse contemplada e satisfeita, jamais nós continuaríamos fazendo a operação”, declarou. Segundo ele, categoria saiu frustrada da Assembleia Legislativa.
Questionado sobre o que significa, na prática, os gritos de “não vai ter Galo”, entoados durante a manifestação, nesta tarde, Alberisson Carlos afirmou que tem relação com o trabalho durante os festejos de Momo.
“A gente ouve dizer dos companheiros que não querem receber diária, que não vão se submeter a trabalhar de maneira forçada na sua folga, e que, acima de tudo, isso diminui consideravelmente o policiamento. Ora, se com a polícia em sua totalidade já não tem condição de fazer um Galo com completa segurança, imagina uma polícia desmotivada, um bombeiro desmotivado. Uma polícia que não sai satisfeita porque a população tem que entender que o aumento dado médio a um soldado é de R$ 149, quando a um coronel é mais de R$ 7 mil. Não que sejamos contra o coronel ganhar muito bem, mas não é justo quem está na ponta, da luta no dia a dia, no combate à criminalidade, ter um aumento na casa de R$ 149”, disse.
Sobre o risco de greve, o presidente da ACS declarou que o tema não é defendido. “A gente não pregou e não prega a greve, não prega a ilegalidade. Agora, dizer que o risco não tem seria nada mais nada menos que ser leviano. Risco há, mas não é o que nós estamos pregando nem o que queremos”, revelou.
Com informações de Leonardo Malafaia, da Folha de Pernambuco.
Foto: Anderson Stevens/Folha de Pernambuco