Em meio a protestos, Projeto da PM é aprovado pela Alepe

O projeto que prevê o reajuste da Polícia Militar de Pernambuco foi aprovado na tarde desta terça-feira (14) na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Dos 49 deputados, 33 votaram a favor da proposta. Ao todo, 11 deputados deixaram o plenário durante a votação, todos da oposição.

A oposição anunciou que entrará com um mandado de segurança para tentar anular a votação, já que o grupo acredita que o regimento interno foi rompido durante o processo de tramitação, já que ele só poderia ser apreciado a partir desta quarta-feira (15). Por isso o grupo se retirou do plenário. O presidente da Alepe, Guilherme Uchoa (PDT), disse não ver nenhum rompimento do regimento.

Do lado de fora, policiais militares foram acompanhar a sessão e pressionar pela não aprovação do projeto. O presidente da Associação de Cabos e Soldados (ACS-PE), Albérisson Carlos, prometeu fazer “greve de fome” caso seja preso. Ele já havia sido detido em novembro, durante assembleia da categoria para deliberar sobre greve.

PROPOSTA

O reajuste do governo prevê aumentos em três parcelas (a primeira em maio e as outras duas em abril e dezembro do próximo ano), a criação de faixas salariais para quase todas as patentes, a incorporação no soldo dos militares de benefícios como auxílio-transporte e defesa de vida, e o não recebimento dos ganhos para PMs que tenham passado mais de 30 dias em prisão disciplinar no último ano.

Segundo o governo, o impacto na folha salarial será de R$ 303 milhões neste ano e de R$ 600 milhões no próximo. Em 2017, porém, serão apenas R$ 176,4 milhões a mais de dinheiro novo. O resto dos R$ 300 milhões é incorporação dos auxílios que já eram pagos pelo Executivo.

QUEM VOTOU?

Do governo, ficaram no plenário para manter a votação os deputados: Guilherme Uchoa (PDT), Antônio Moraes (PSDB), Terezinha Nunes (PSDB), Pedro Serafim Neto (PDT), Roberta Arraes (PSB), Lucas Ramos (PSB), Cleiton Collins (PP), Laura Gomes (PSB), Claudiano Martins Filho (PP), Isaltino Nascimento (PSB), Romário Dias (PSD), Gustavo Negromonte (PMDB), Aluísio Lessa (PSB), Rogério Leão (PR), Beto Accioly (SD), Diogo Moraes (PSB), Vinícius Labanca (PSB), Simone Santana (PSB), Jadeval de Lima (PDT), Zé Maurício (PP), Waldemar Borges (PSB), André Ferreira (PSC), Marcantônio Dourado (PSB), Eduíno Brito (PP), Ricardo Costa (PMDB), João Eudes (PDT), Eriberto Medeiros (PTC), Rodrigo Novaes (PSD), Tony Gel (PMDB), Clodoaldo Magalhães (PSB), Joaquim Lira (PSD), Henrique Queiroz (PR) e Everaldo Cabral (PP).

Da oposição, participaram da sessão os deputados Priscila Kraus (DEM), Joel da Harpa (PTN), Socorro Pimentel (PSL), Teresa Leitão (PT), Edilson Silva (PSOL), Álvaro Porto (PSD), Silvio Costa Filho (PRB), Julio Cavalcanti (PTB), Ossésio Silva (PRB), Augusto César (PTB) e Odacy Amorim (PT). Todos deixaram o plenário antes da votação.

Faltaram Adalto Santos (PSB), Dr Valdi (PP), Francismar Pontes (PSB), Paulinho Tomé (PT) e José Humberto Cavalcanti (PTB).

OPERAÇÃO PADRÃO

Desde a aprovação do reajuste da Polícia Militar, as associações militares prometem intensificar a operação-padrão. Isso significa, segundo eles, que os policiais militares não irão às ruas caso os coletes à prova de balas esteja fora da validade ou no caso dos carros estarem sem documentação em dia.

O Galo da Madrugada também está no foco e há uma promessa que a festa possa ser afetada em meio à queda de braço entre a PM e o governo. Há uma leitura que os policiais estariam desmotivados para fazer o policiamento na festa. Nessa segunda-feira (13), a tropa estava reunida em frente à Alepe e gritava “Não vai ter galo; não vai ter Galo”. Em entrevista no Resenha Polítia, na última sexta, o secretário de Defesa Social, Ãngelo Gioia, prometeu segurança na festividade.

Informações do JC Online

Foto: Jarbas Araújo/Alepe

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