A alta de 3,8% do diesel, anunciada pela Petrobras, pode provocar um aumento nas taxas de frete pelo Brasil, já que o combustível é o utilizado nos caminhões e ônibus. De acordo com o presidente da Associação Nordestina de Logística (Anelog), Fernando Trigueiro, será difícil para as empresas não repassarem o reajuste para os clientes, já que se trata do terceiro aumento no combustível em dois meses. “Deve ser um aumento fraco, mas de todo jeito é um aumento. Como a crise está grande, as empresas talvez não tenham como segurar esse gasto e repassem para os consumidores”, comentou.
Antes da alteração, a Petrobras havia reduzido o preço do diesel junto com a gasolina duas vezes no ano passado: em 14 de outubro e em 8 de novembro e, aumentado uma vez no dia 5 de dezembro. Isso faz parte da atual política de preços da estatal, que acompanha o preço do petróleo no mercado internacional atrelado ao câmbio. Neste novo aumento, que só foi dado ao diesel, a justificativa está em “movimentos sazonais nas cotações globais dos derivados, com os preços do diesel respondendo a uma maior demanda em função de inverno no Hemisfério Norte”.
Representante do setor sucroenergético, onde se inserem os produtores do etanol, o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, é contrário à política de preços da Petrobras, por entender que ela desestimula a competitividade do etanol. Ele reclama de taxas que o setor tem que cumprir, que comprometem a produção do biocombustível. “Vão querer ter mais produção de etanol num passe de mágica? Estão obrigando déficits para a nossa produção. Ainda mais no Nordeste que é grave a preocupação com as adversidades dos efeitos de mudanças climáticas”, ressaltou Cunha.
Folha de Pernambuco