Uma liminar expedida na última quinta-feira (8) pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), no sentido de impedir que associações militares promovam reuniões com o objetivo de deflagrar greve, foi recebida com reservas pelas organizações no comando da campanha salarial da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado. Mas, entre as divergências de interpretação e os questionamentos sobre a legitimidade desses grupos, há uma certeza: mesmo sob ameaça de multas e punições civis, administrativas e penais, a assembleia marcada para as 14h desta sexta-feira (9) está mantida.
Ele também acusa o Palácio do Campo das Princesas de romper o canal de diálogo. “Existia uma ponte entre associações e governo e, de repente, ele quebra algo que foi construído ao longo de muito tempo. Ele se preocupa em evitar o pior, mas dá motivo para isso, extinguindo uma mesa de negociação e perseguindo lideranças.”
A acusação foi rejeitada pelo procurador-geral do Estado, César Caúla. Segundo ele, a discussão é sobre a legitimidade dessas associações para participar dessas tratativas. “Não implica em quebra do diálogo, porque jamais houve, da parte do governo, a quebra da disposição para o diálogo que será feito pelo intermédio do comando da PM e do Corpo de Bombeiros. Essa decisão do tribunal é muito importante. O que ela diz é que a associação não pode manter atividade cujo conteúdo seja transgressão da disciplina militar”, disse, referindo-se às restrições de sindicalização da categoria.
“Desobedecer uma ordem judicial acresce gravidade à conduta das lideranças, que já seria de transgressão às disposições militares”, pontuou.