Apesar da redução de 12% nos óbitos, despesas são de R$ 917 milhões
Das 32.881 pessoas envolvidas em acidentes com motocicletas em 2015, 719 faleceram, segundo pesquisa divulgada ontem pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). Em 2014, os acidentes tiveram 34.794 vítimas, das quais 820 vieram a óbito. Na Região Metropolitana do Recife, a redução de mortalidade foi maior que a média do Estado: 16,8%. O lugar mais perigoso para um condutor de motocicleta no Grande Recife, segundo a pesquisa, é o trecho urbano da BR-101, entre a capital e o município de Jaboatão dos Guararapes. Em segundo lugar, a rodovia PE-15, entre Olinda e Paulista. A PE-22 em Paulista, e as Avenidas Agamenon Magalhães, no Recife, e Presidente Kennedy, em Olinda, completam o ranking.
Nos municípios do interior, o cenário é mais adverso. A grande facilidade de compra e a fiscalização ainda deficiente – aliados ao pouco uso de capacete – fazem com que os entornos de cidades como Ouricuri e Petrolina, ambas no Sertão, figurem entre os que têm a maior taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes: 20,4 e 15,5, respectivamente. No Grande Recife, o número é 3,5. Para o secretário estadual de Saúde, Iran Costa, a redução no número de mortes sobre duas rodas deve-se à conjugação do aumento da fiscalização e o maior rigor da lei. “A regulamentação das cinquentinhas, em julho do ano passado, contribuiu bastante para termos uma nova realidade. Além disso, a Operação Lei Seca passou a ter um foco maior sobre motocicletas”. O número de veículos abordados aumentou 10%, enquanto o total de multas por alcoolemia diminuiu em 14,7%.
“A gente observa que em 65% dos acidentes, os motociclistas estavam em horário de lazer, e apenas 35% a trabalho”, explica o médico João Veiga, presidente do Comitê de Prevenção de Acidentes com Motocicletas (Cepam). Os dias com maior número de registros também comprovam a tese. “Os acidentes começam a se intensificar na sexta-feira, e seguem pelo sábado e domingo. Na segunda-feira em diante, diminuem”, informa o secretário de Saúde, ressaltando que, no interior do Estado, a maioria das mortes está ligada ao consumo de bebidas alcoólicas. Ainda de acordo com a pesquisa, o perfil do acidentado por motos em Pernambuco corresponde ao homem com média de 29 anos idade.
JC Online