Em 21 de maio de 1934, nascia em um vilarejo de Glória do Goitá, um dos grandes compositores da música brasileira: Sebastião Ladislau da Silva, mais conhecido como Pilombeta. Filho de Ciço e Maria Pequena, o apelido veio da mãe por ele, quando criança, ser magrinho e lembrar o peixe palombeta. De riso fácil e voz um tanto embolada, na música o compositor mostrou que de peixe pequeno não tinha nada.
A vocação para a carreira artística veio ainda na juventude, quando saía pelas ruas com o tabuleiro vendendo coco, pitu e farinha para ajudar na renda da casa. Em 1952, ja morando no Recife, entra para a Marinha, de onde mais tarde, em 1954, é transferido para o Rio de Janeiro. Morava na Favela do Esqueleto, onde hoje é a atual Universidade Estadual do Rio de Janeiro, e foi na Cidade Maravilhosa que começou a compor e a definir seu caminho na música.
A primeira apresentação do compositor, ainda sob o apelido de Dé, foi no Recife, no programa de Fernando Castelão, que lançava calouros na rádio. Cantando um coco, não ganhou o primeiro lugar, mas foi apresentado à musica de Jorge Veiga, que gravaria mais tarde a canção “Adeus rapaziada”. Anos mais tarde, sob os olhos de Dalva de Oliveira, foi se apresentar na Rádio Metropolitana da Alemanha. “Vou botar você na fogueira”, lembra Pilombeta sobre a cantora.
Considerado a primeira pessoa a chamar Roberto Carlos de Rei, Pilombeta assinou canções que ficaram famosas na voz do cantor. Em 1965, o Rei gravou “Uma cara a meu amor” e em 1967, “Tudo que sonhei”, que marca o momento em que Roberto passou a enveredar pelo estilo romântico em suas músicas. As parcerias garantiram a amizade entre os dois, e o reconhecimento da importância do compositor na vida de um dos maiores expoentes da música nacional.
Apadrinhado no Rio de Janeiro pelo Rei do Baião, Luiz Gonzaga, a amizade dos dois foi o que garantiu o sucesso de Pilombeta. “Você vai morar comigo até ‘tomar asa’. Você só sai daqui quando ficar famoso”, lembra o compositor sobre as palavras do amigo. Para Gonzaga, compôs junto com Elias Soares, a canção “Vitória de Santo Antão”, em 1968, que fala sobre a terra natal de Pilombeta e a festa de Santo Antão, que atrai anualmente turistas para o município. Em 1965, a parceria com Elias Soares já havia rendido a composição da música “Bruxaria”, gravada por Wilson Simonal.
Folha de Pernambuco