Tão presente no discurso do governador Paulo Câmara (PSB) em 2015, a crise econômica será a justificativa usada pelo gestor para fazer um festa de Carnaval mais modesta este ano. Os números da folia ainda estão sendo fechados pelo governo estadual, mas nos corredores do Palácio do Campo das Princesas já é dado como certo um corte de 30% em relação ao que foi gasto no ano passado – R$ 20 milhões na contabilidade feita pela Fundarpe após o fim da festa. O Carnaval também terá um orçamento menor no Recife, considerado o principal polo do Estado ao lado de Olinda.
Usar as dificuldades econômicas como mote para um investimento menor no Carnaval não é novidade. Essa foi a justificativa usada em 2015 por Paulo Câmara ao informar que havia feito uma festa mais barata do que no ano anterior. Desta vez, no entanto, o governo estadual decidiu que só irá liberar recursos para a contratação de artistas locais, o que de fato deve baratear os custos.
Nomes como Chiclete com Banana, Diogo Nogueira, Revelação, Elba Ramalho, Fundo de Quintal e Ivete Sangalo, cujos cachês para tocar no Estado no Carnaval de 2015 variaram entre R$ 70 mil e R$ 170 mil, vão ficar fora da festa. A participação de artistas de peso nacional vai ocorrer, mas restrita aos que têm DNA pernambucano como Otto e Lenine, por exemplo.
O governo estadual também estuda reduzir o apoio aos polos carnavalescos, apesar de saber que a medida vai gerar insatisfação entre os prefeitos. As negociações para definir em que cidades haverá aporte de recursos estão em andamento, mas até o momento a garantia de investimentos está voltada apenas para os polos tradicionais como Recife, Olinda, Bezerros, Triunfo, Pesqueira e Nazaré da Mata. A ampliação da lista de agraciados vai depender do que a gestão socialista conseguir de patrocínio.
Na semana passada, ao comentar os preparativos para o Carnaval deste ano, Paulo Câmara afirmou que o sucesso da folia no Estado não dependia tanto do patrocínio do governo. “Não é recurso público que vai melhorar. O povo é que faz o carnaval de Pernambuco. As pessoas se divertem por estar no convívio com outras pessoas. ”, declarou.
Uma outra razão para o governo fazer uma festa menor é a questão da segurança pública. Enfrentando problemas no Pacto pela Vida, a gestão socialista acredita que uma festa mais modesta pode contribuir para que os índices de violência não sejam tão alarmantes quando a Quarta-feira de Cinzas chegar.
Por Franco Benites, do Jornal do Commercio