“2015 não foi ano perfeito, mas foi o ano possível”, diz Paulo Câmara

O governador Paulo Câmara está prestes a completar um ano no cargo. Doze meses, segundo o gestor, extremamente difíceis, marcados por uma crise econômica e política como não se via há décadas, que teve impacto na vida dos brasileiros, em geral, e nos projetos que planejava colocar em prática para os pernambucanos, em 2015. Mas com a calma e com a sinceridade que têm se tornado uma espécie de marca registrada, admitiu que não iria esconder “nada de ninguém”. Reconhece que trabalhou incansavelmente, mas que não conseguiu o resultado projetado para muitas áreas, a exemplo da Segurança e da Saúde. No encontro realizado no Palácio do Campo das Princesas com a equipe da Folha, o governador também falou sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff; dos escândalos deflagrados pela Operação Lava Jato – que tiveram desdobramentos em Pernambuco – e do que poderá, de fato, realizar em 2016. Outro ano, segundo Paulo, no qual que será preciso, novamente, cortar na carne, rever metas e enxugar gastos para poder governar minimamente. No meio desse vendaval, muito otimismo e deteminação. “Minha preocupação é 100% com os assuntos do Estado”. Leia abaixo a entrevista.

O senhor tem relatado diversas dificuldades, desde que assumiu o Governo de Pernambuco. Neste “pacote de crise”, quanto tem de “dedo” da presidente Dilma? Dá para estimar o quanto o governo federal atrapalhou sua administração?
Veja, para o resultado econômico de Pernambuco, a gente pode dizer que os erros dos últimos anos do Governo Federal foram fatais. Não apenas para os resultados econômicos de Pernambuco como os resultados econômicos do Brasil. As medidas adotadas nos últimos anos têm causado recessão, ampliaram o desemprego e a inflação. Mas nós, também, não podemos negar que os acertos ocorridos no governo Lula ajudaram Pernambuco a se desenvolver o tanto que se desenvolveu. Mas a crise do setor elétrico foi fundamental para que a gente ficasse com a inflação do jeito que está. A crise da Petrobras, que vai desde a corrupção até a gestão em si, é um dos grandes responsáveis pelo aumento do desemprego no nosso Estado, que tem dois grandes empreendimentos que estão devidamente vinculados à Petrobras, que são a Refinaria Abreu e Lima e os estaleiros. A forma equivocada de se gastar mais, nos últimos anos, mostrou, claramente, um desajuste das contas públicas, que está levando a essa recessão e à falta de confiança. O Brasil, hoje, está sem confiança de investir e a falta de confiança gera expectativas negativas e expectativas negativas geram um componente importante na tomada de decisões, no crescimento do País.

O senhor, então, considera que todos os problemas atuais são resultados do governo Dilma, sem herança de Lula?
Não. As operações mostram que a corrupção é uma marca do nosso País. Já vem de um certo tempo. Agora, o Governo Lula cumpriu seu dever de casa, manteve em dia as contas públicas, com um ambiente econômico favorável, até a crise de 2008. Na crise de 2008, ele fez uma política anticíclica, que foi exitosa, que fez com que o Brasil sofresse muito pouco da crise de 2008 em 2009. Tanto é que o Brasil voltou a crescer de maneira muito clara em 2010, atingindo o nível que atingiu. O “senão” começa a partir de 2011, porque os indicadores começam a mostrar que se precisava de alguns ajustes, essa política anticíclica e de desoneração precisava ser revista, em muitas áreas, só que isso não foi feito nem em 2012, nem em 2013, nem em 2014, e precisou ser feita em 2015, dentro de um cenário muito mais complicado do que se tivesse começado desde 2012.

O senhor se arrependeu de ter assinado a Carta pela Legalidade, em apoio a DIlma, após reunião no Planalto, no último dia 8 de dezembro?
Eu não me arrependo, porque eu não defendi o governo Dilma, eu nunca defendi. Eu defendi as instituições, o cumprimento da Constituição, do impeachment como está previsto nela. Eu não votei na Dilma. Eu faço parte dos 30% de pernambucanos que não votou nela e fui para rua apoiar Eduardo Campos, depois apoiei Marina, depois apoiei Aécio Neves. Eu tenho uma posição muito clara quanto a isso, eu apoio a independência do partido, eu nunca apoiei medidas do governo federal que eu não concordasse. Então, eu sempre fiz uma leitura muito racional dessa questão, tenho uma função institucional. Enquanto governador, não vou deixar de procurar a presidente. Sempre que precisar, vou procurar, como procurei agora, nessa questão da microcefalia e do zika. Nunca, também, vou deixar de ouvir, quando for chamado, e fui chamado dentro de um contexto. Essa reunião com a presidente foi uma explicação técnica sobre a pedalada. Naquele momento, foi lida uma carta em defesa das instituições e contra a forma que o processo de impeachment foi apresentado ao Congresso, numa clara sinalização de chantagem por Eduardo Cunha (presidente da Câmara). E eu concordei que foi um processo de chantagem de Eduardo Cunha.

O senhor acha, então, que o processo contra a presidente é meramente político?
O que é que a gente vê no processo de impeachment? Ele foi instaurado em cima de pedaladas fiscais, mas todos nós sabemos aqui, que ele vai ser julgado em cima de um contexto político. Pois quando a gente analisa, simplesmente, o julgamento das pedaladas, há muitos questionamentos jurídicos. Não há uma unanimidade, uma ampla maioria, em dizer que as pedaladas são fator de crime de responsabilidade. É um julgamento político.

Sua aposta é que Dilma sai ou fica?
Não tenho aposta. Quero que se defina logo. Vemos um cenário de avanço sobre o impeachment. Processos como esse deixam um grande aprendizado e eu espero que tenha um profundo aprendizado de união nacional, de ouvir realmente. O que for pactuado deveandar para frente. Com Dilma ou sem ela, se não houver união nacional, que não seja em torno de cargos, não andaremos. O PSB já mostrou que não quer cargos, mas contribuir com ideias.

Qual a impressão que ficou para o senhor do encontro com Michel Temer?
Tive poucos contatos com ele. Ele tem essa característica de diálogar bem, é o que todos dizem. É uma coisa que o Governo Federal não conseguiu fazer nos últimos anos satisfatoriamente.

Pernambuco esteve na rota de cinco operações da Polícia Federal este ano e o nome de dois correligionários do senhor apareceram em mais de uma ação: o do senador Fernando Bezerra Coelho e de Aldo Guedes, que foi presidente da Copergás, no início da sua administração. Como o senhor vê o envolvimento do PSB?
Eu acho que os membros do meu partido estão sendo muito transparentes, a favor das investigações. E eu tenho plena confiança de que eles vão esclarecer qualquer tipo de denúncia que tenha contra eles. Agora, a Lava Jato que tem o foco na Petrobras e na refinaria Abreu e Lima, temos que sempre esclarecer que é 100% Petrobras, não há participação do Governo de Pernambuco nela. O segundo ponto é que, desde o início das denúncias, no início de 2014, Eduardo Campos foi o primeiro a dizer que era a favor da CPI da Petrobras, daquela primeira. Tinha senadores que não queriam assinar e Eduardo pediu para eles assinarem o pedido de criação da CPI. Então, ele sempre foi muito transparente e quis as investigações. Esse é o mesmo comportamento dos membros do nosso partido que estão sendo citados. Eu creio que quando isso tiver um desfecho, que a gente não sabe qual é, muitas dessas denúncias estarão esclarecidas…

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Foto: Leo Motta/Folha de Pernambuco

A Operação Fair Play investiga obra da Arena Pernambuco do Governo do Estado e o senhor integrou o colegiado responsável pelo planejamento da obra na época.
Eu recebi, depois, o relatório da Fair Play. Há questionamentos que já haviam sido feitos anteriormente, já foram respondidos e aprovados pelo Tribunal de Contas do Estado e pelo Tribunal de Contas da União, além do Ministério Público Federal. Então, eu não vejo fatos novos que não foram anteriormente investigados e que possam ensejar um desdobramento dessa operação. Eu estou aberto para discussão, dar respostas necessárias que forem solicitadas ao Governo de Pernambuco. A Arena, comparada às outras construídas, foi a mais barata.

Por falar na Arena. O que se pensa em fazer com ela?
Quanto à Arena, nós tivemos uma condução do nosso vice-governador (Raul Henry) nesse projeto, de maneira muito importante. Ele contratou a Fundação Getúlio Vargas, que está entregando agora, no final do mês, a finalização desse estudo, desse novo plano de negócio. O que a gente sabe, claramente, é que mudaram as condições de quando foi feita a construção da Arena. Hoje, o Brasil entrou em recessão, a Cidade da Copa não conseguiu ser viabilizada, até por questões econômicas, e o que a gente tem aqui é uma Arena que precisa ser viabilizada e precisa ter uma equação financeira, que seja potencializada de acordo com as condições da própria Arena. Então, esse estudo da Getúlio Vargas vai nos apresentar isso com precisão, porque ele é fundamental. A partir daí vou decidir.

Como estão as articulações do Governo do Estado com a Petrobras com relação à paralisação das obras da Rnest?
Quanto à Refinaria, a nova diretoria esteve aqui, depois estive com eles no Rio. Eles têm um Plano de Investimentos para as obras e o prazo que me deram era de retomada, ou de mobilização, ainda em 2015. E de remobilização das obras em 2016. Estou aguardando a finalização de tudo isso para ver se houve algum atropelo, para ver o que foi repactuado, para essa obra retomar em 2016. É uma das poucas obras que a Petrobras colocou em seu plano de investimentos, com R$ 1,4 bilhão, que garante a finalização do segundo trem (operacionalização da produção) para que cheguemos aos 260 mil barris diários.

E sobre os cancelamentos de contratos da Transpetro com o estaleiro Vard Promar?
Quanto ao estaleiro, recebi os representantes deles, tanto do Atlântico Sul quanto do Promar, preocupados com a possibilidade de cancelamento. Tão logo isso aconteceu, entrei em contato com o secretário de Desenvolvimento Econômico (Thiago Norões), com a Petrobras, dizendo que isso precisaria ser resolvido com as partes envolvidas na mesa. E o Governo de Pernambuco iria participar dessa mesa, que envolve muita gente. Mas fomos pegos de surpresa, infelizmente, com essa notícia de que eles vão rescindir esses contratos. Veio de nós uma reação de procurarmos o Promar e dizer que não pode ser desse jeito, porque os erros de condução dos últimos anos, grande parte deles, vieram da falta de conversa, da falta de diáologo, de ouvir o outro lado. E isso fez mal ao Brasil. Eu não acredito que esse erro seja, novamente, cometido por empresas que têm ações na bolsa, que estão na busca de recuperar a credibilidade. Ações como esta não ajudam. Todos os esforços nossos serão feitos, e eu vou me posicionar, veementemente, contra qualquer tipo de destrato, se não for devidamente embasado por razões técnicas e econômicas, que mostrem que a gente não está retrocedendo 20, 30 anos, com medidas como essa. Por que fechar, da forma como querem fechar, encomendas, vai inviabilizar esses dois estaleiros que estão aí gerando emprego. O Governo de Pernambuco gastou muito para oferecer as condições de infraestrutura para esses dois estaleiros estarem aí. No momento, que mais se precisa de emprego e de geração de renda e da volta da indústria naval , acontece um fato como esse. Ou seja, estão voltando ao que era antes, que foi tão criticado por esse governo (Dilma) que está aí.

E quanto à BR-232?
Sobre a requalificação da BR-232, esta semana, a gente recebeu até uma notícia boa, que foi uma ingerência para que acontecesse aquela triplicação, na saída do Recife. Ela foi totalmente aceita nos estudos que estão sendo feitos. O processo de concessão está em andamento, tem algumas fases, ainda deve ter resultado divulgado em janeiro, pelo que foi apresentado, e já vai conter isso. Então, esses estudos sendo apresentados, e vão ser, a nova etapa será licitar o projeto. A gente tem aí, no segundo semestre, a possibilidade de iniciar essa obra de restauração, que não é só da 232, mas também a duplicação da BR de São Caetano ate Arcoverde. O Arco Metropolitano e a restauração do que for possível ser feito da BR-101, porque a gente está iniciando, também, a licitação da 101 ainda este ano.

O Arco Metropolitano será viável?
Com a situação econômica atual, fica difícil. Mas espero que haja interessados em assumir as obras. Tenho interesse de fazer aqui um arco alternativo, para tirar o transito da Abreu e Lima e da BR-101. Inclusive, já apareceu gente interessada para estudar. Mais na frente vamos abrir um processo amplo de estudo para quem quiser avaliar isso com profundidade, quanto custa e o processo de engenharia. Isso eu quero fazer em 2016, porque é uma obra rápida, não interfere no projeto do Arco Metropolitano, e vai ajudar a amenizar o gargalo logístico.

Como o senhor avalia o Pacto Pela Vida? A violência cresceu em 2015…
Sei da importância de um assunto como esse. Minha primeira reunião, no terceiro dia de janeiro, foi sobre isso. De lá para cá, converso, pelo menos duas vezes por dia sobre o Pacto. Participo das reuniões mensais. Nós começamos o ano muito mal, tivemos um aumento. Se você pegar janeiro e fevereiro, o aumento da violência foi de 25%. Em maio e junho, nós estávamos com um aumento de 7%. Mas, a partir daí, com a negociação salarial e a entrega do Programa de Jornada Extra de Segurança (o programa foi criado junto com o Pacto pela Vida e prevê plantões extras nas corporações, incentivando o reforço na segurança) por alguns policiais, uma espécie de greve branca que eles fizeram, de alguma maneira, nosso trabalho foi desencaixado.

E quais medidas foram adotadas?
Remanejamos postos. Em novembro passado, por exemplo, com a posse do novo comandante da Polícia Militar (coronel Carlos D’Albuquerque) iniciamos um novo plano de ação. A vantagem do Pacto é que as informações estão lá: sabemos onde o índice de violência está aumentando. Sabemos onde precisamos de mais gente. Sabemos quais as dificuldades estruturais do trabalho.

Há previsão de contratação de mais policiais?
Diante desse cenário de crise, não posso contratar mil policiais como gostaria de contratar. E que precisam ser contratados. Então, é um trabalho diário de “rearrumação”. E, espero, vou ser incansável nisso. Posso não ter os resultados que quero. Mas não será por falta de ação e empenho meu e da minha equipe. Quero reverter o numero de homicídios no Estado. Se não for agora em dezembro, pois espero que haja uma redução agora em dezembro, esses resultados virão em janeiro. O Pacto é uma política bem concebida.

A mudança no comando da PM já trouxe algum resultado nesse sentido?
Fizemos uma mudança brusca, mudamos os três postos principais da Policia Militar. O comandante está muito motivado. Está muito consciente do seu papel e de toda sua equipe. E isso surtirá efeito no trabalho.

E sobre o Complexo Prisional de Itaquitinga?
Itaquitinga está acabando. A caducidade está acabando. E isso é mais complexo do que a Arena, pois é uma obra que ainda não acabou. É uma obra que teve recursos privados. O que é a caducidade? É você levantar tudo que foi feito pelo parceiro privado, tudo o que ele descumpriu. E então, com base nisso, seguir adiante. E dizer: ‘Não quero isso mais não. Esse projeto morreu. Vou fazer outro’. Ou dizer: ‘Não, esse projeto ainda me interessa. Vou indenizar o que precisar indenizar e tomar outras medidas, concedendo a outra empresa privada ou assumindo isso com recursos próprios do Estado’. Há um sentimento meu que a obra está quase pronta em dois blocos. E preciso de vagas no sistema prisional. Então, se for viável, vou juntar um dinheirinho, vou pegar esses dois blocos que estão quase prontos e colocá-los para funcionar, desafogando o sistema.

E o presídio novo que o senhor vem falando, onde vai ser construído?
Onde é uma questão que eu não vou divulgar, pois gera muita controvérsia quando a gente divulga isso.

No Sertão?
Não posso dizer. Serão 500 vagas, que possam realmente separar e poder tratar os presos de acordo com escalas.Os de baixa e alta periculosidade. Separar o joio do trigo.

O senhor prometeu quatro hospitais..?
A própria situação da Saúde mostra que os quatro hospitais são necessários. Nós vamos ter três hospitais no Interior, que realizem, principalmente, partos de alto risco. Isso está no meu plano de governo: Petrolina, Serra Talhada e um que está em construção em Caruaru. Hoje, esses partos estão sendo realizados na Região Metropolitana. Vamos construir unidades lá, para as mães terem uma opção. E tem demanda para isso no Interior. Nós precisamos também de um hospital de cirurgia eletiva na Região Metropolitana, pois nossas emergências estão superlotadas com casos de acidentes de moto e de carro. São ações que não são sonhos. São coisas importantes para Pernambuco.

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Foto: Leo Motta/Folha de Pernambuco

O senhor acha que dá para construir esses quatro hospitais nos próximos três anos?
Se a situação estivesse dentro de um cronograma normal, com a economia crescendo minimamente acima da inflação, com o Estado tendo acesso regular às operações de crédito, eu ia poder fazer meus quatro hospitais. Ia poder deixar tudo isso funcionando. O projeto está vivo, o projeto está pronto. Olhando para o horizonte, eu tenho que fazer isso para melhorar a saúde. Pode perguntar a qualquer pessoa no ramo médico. Ela vai dizer: ‘realmente, o Estado precisa desses quatro hospitais’.

Houve um erro de cálculo na campanha, já que havia uma previsão de crise?
Não. Se Deus quiser, eu vou construir esses hospitais. Só preciso, realmente, ter um horizonte. Pois, qualquer analista, por mais pessimista que fosse no começo do ano, não dizia o que iria acontecer no País.

Mas o próprio Eduardo Campos não já dizia isso, em 2013?
Eduardo Campos dizia que o Brasil devia trabalhar para não perder, como perdeu para a Alemanha na Copa de 7×1. O que foi esse 7×1? Foi sete de inflação e um de crescimento. Ele disse isso. Um por cento vai dar menos quatro e sete por cento está dando dez. Ele estava certo, mas ele errou na margem de erro. Se estivéssemos crescendo 1% ou 0,5%, eu tinha feito tanta coisa aqui. Se meu ICMS estivesse cobrindo a inflação, eu tinha R$ 800 milhões a mais de recursos.

Na Assembleia Legislativa, vocês tiveram que mudar o orçamento de 2016 e acatar uma sugestão da oposição porque o valor para Saúde não estava o suficiente. Houve erro de cálculo nesse caso?
Não. Houve uma concessão nossa. Não tenho problema em aceitar boas ideias da Assembleia. Remanejamos recursos como sempre remanejamos na Assembleia Legislativa. Se sobrar na Saúde, remanejo para outras áreas. Esses R$ 30 milhões já podem cobrir os recursos para a microcefalia que não estava previsto na LOA.

Terá uma verba adicional para microcefalia?
Microcefalia entrará em uma nova rubrica específica para isso.

Por que o plano de contingenciamento do Governo do Estado só chegou a 80% este ano? Tem a previsão de um novo contigenciamento em 2016?
Sim. Todo o ano que fui secretário de Administração e Fazenda, nós sempre fizemos plano de contigenciamento. Agora, este ano tive que efetivamente cortar terceirizados, proibir muita coisa, de passagem, diária. Houve uma renegociação na parte de economia, informática. A própria conscientização dos gastos de energia. Cortamos carro de muita gente, ajustamos horário das secretarias. Fomos para muito varejo que não vale a pena ir , mas fomos para o varejo para tentar chegar no osso. Não conseguimos chegar no osso, mas chegamos perto. Em 2016, vamos continuar. Agora, o que sempre nos angustia é porque tinhamos muitos serviços que precisávamos ampliar. Na Segurança, tinha muita coisa que precisávamos ampliar. Não consegui fazer as coisas que queria na Educação, ampliar merenda, avançar na informatização da rede nas escolas. Teve muita coisa que eu precisei cortar. Não vou esconder nada de ninguém. O que tiver que dizer, vamos dizer e buscar melhorar. Não foi ano perfeito, mas foi o ano possível.

O senhor este ano entrou em assuntos nacionais como Desarmamento e Microcefalia. O senhor trabalha para ser uma liderança nacional entre os governadores do Nordeste?
Não. Eu trabalho para cumprir o meu papel. No caso do desarmamento, numa questão que a gente se aprofunda tanto como Pacto pela Vida e no impacto que isso tem na redução do número de violência, você vê uma discussão como a que ocorre no Congresso (flexibilização do Estatuto do Desarmamento), eu não consigo. Eu fiz isso pelo bem do Estado e do País. A microcefalia também. tinhamos que alertar o País para o que acontecia no Estado .Pernambuco foi o primeiro que notificou o Ministério no dia 22 de outubro. Para você ver como as pessoas não prestam atenção em um assunto tão sério. E em 15 dias, desde o nosso alerta da primeira ação que tivermos, tudo mudou. É importante e fundamental para qualquer governante e buscar as alternativas para isso. Eu vou continuar fazendo. Sempre que tiver um assunto relevante, vou me pronunciar. Mas minha preocupação é 100% com os assuntos do Estado.Tenho as questões partidárias sou vice-presidente nacional do partido. Mas entre Pernambuco e questões partidárias, coloco em primeiro lugar o Estado.

Informações do Blog da Folha

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