*Texto do leitor Pablo Dantas
Esta carta aberta é direcionada ao meu amigo André Carvalho, mas, é claro, deve alcançar todo o Movimento ‘Aposente um Vereador Vitoriense’. Tenho grande apreço pelo Movimento e sei que todos que o compõe são dignos do meu respeito. E, como eu sei que poucos irão ler essa carta até o final, convido a todos para comparecerem na sessão do Cine Avalovara, dia 19/07, às 17h no Silogeu/Matriz. Será um dia muito importante!
O ‘Movimento Aposente’ começou em crise. Isso é óbvio demais. Cansados da mesmice política da cidade, o grupo começou a pensar e agir politicamente para propor mudanças. Nesse sentido, a criação do próprio movimento – em abril de 2012 – foi uma atitude transformadora. Mas, será que uma aposentadoria é sinônimo de renovação? Será mesmo que aposentar os vereadores Bau Nogueira (PSD) ou Edvaldo Bione (PMDB) nos garantirá uma Câmara mais ativa e competente? São perguntas que eu gostaria de ouvir (ou ler) a resposta. Pode ser, André?
Ora, o grupo ficou conhecido na cidade como ‘Movimento Aposente’. Apesar de soar bem humorado, o nome me faz a pensar num ciclo vicioso onde tudo que sai é bem parecido com tudo que entra. Entende? Quem são os ‘novinhos’ da Câmara dos Vereadores? Não me diga que Irmão Duda (PSDC) e Toninho (PROS) são a marca da renovação política. Percebo, portanto, que aposentadoria não é sinônimo de renovação. Nem renovação é sinônimo de competência. A Casa Diogo de Braga é uma prova!
Conta pra mim: é verdade que Zé da Juliana vai ser o candidato a prefeito pelo PSOL? É verdade também que você irá apoiá-lo? Se por quaisquer circunstâncias você declarar apoio a Zé da Juliana, o sentido do Movimento Aposente entrará em profunda contradição. Pois, desde quando Zé da Juliana representa a RENOVAÇÃO? Desde nunca. Zé da Juliana, assim como Zé Catinga, assim como Zé Aglaílson, assim como Zé Joaquim, assim como Zé Oaias… Enfim, todos esses Zés são um mau presságio. Você acha, André, que dessa forma a metáfora do ‘aposente’ prevalecerá?
(Vale lembrar que, como disse meu amigo Luan Ribeiro, essas eleições de 2016 serão as eleições dos PATRÕES. Os empresários vitorienses estão com muita sede e, diante da crise, que tal uma poderosa máquina pública para aliviar o bolso? Todos estão de olho no exemplo de um mega empresário da educação que, em breve, vai inaugurar uma obra milionária que promete não só arranhar o céu, como colher água direto das nuvens).
Por outro lado, o ‘Movimento Aposente’ faz dura crítica aos interesses hereditários que pairam há séculos nessa cidade. Afinal, esse micróbio genético parece não ter fim. É óbvio que Elias Lira (PSD) não morrerá sem deixar Joaquim Lira (PSD) totalmente amparado e aparelhado, armado até os dentes para vencer e comandar a cidade. Não tem jeito! Os pais, por mais que não amem os filhos, não querem perder a liderança. Coisas de macho, adulto, branco… sempre no comando! Isso tudo se repete: José Aglaílson e Aglaílson Júnior; Henrique Queiroz e Henrique Filho… só falta Zé Catinga e Zé Catinga Filho.
Não vamos perder o humor, André, pois as eleições estão próximas e já sentimos o mau cheiro. O Movimento Aposente já lançou candidaturas; já contribuiu na criação de outros grupos; já lançou manifestos; promoveu protestos e discussões; realizou eventos como o Aposente in Concert e feiras de livro; recentemente criaram o programa de rádio AposenteNews e conquistaram espaço nos blogs e sites da cidade e, na minha opinião, fizeram o principal: ocuparam a Câmara de Vereadores para fiscalizar os trabalhos e incentivar a participação política. Incrível! Isso foi tão importante, tão eficiente, que levou um vereador a ameaçá-los de MORTE em plena sessão ordinária.
Sabe o que vai acontecer quando você se eleger, André? Tudo vai ruir. Todo esse movimento lindo e grandioso que mete medo nos chefões da cidade vai desmoronar. Toda essa energia incrível vai ser canalizada no mandato e o mandato vai engolir a verve do Movimento. Eu não escrevi esse título à toa. É um pedido de socorro! A cidade precisa do Movimento enquanto movimento e não enquanto partido-eleito-mandato-sistema-câmara-dinheiro-ficha-apoio-suja… Só nos livraremos dessa realidade quando da realidade nos livrarmos.
Por isso, André, eu penso que o movimento que você ajudou a criar vai te servir mais tarde. Será você mesmo um velho vereador pronto para ser APOSENTADO. Estarás velho e cansado, triste e abatido, infeliz e maltratado… Esse será o teu fim, caso você não opte pelo movimento das ruas, sincero, revigorante, honesto, suado e gratuito. Então, meu amigo, proponho que NÃO SE CANDIDATE.
Abraço,
Pablo Dantas.
Fantástico!
Tenho repúdio a essa mentalidade colonialista, patriarcalista e hereditária da política da Vitória. Ameaçar de morte? Em que século estamos? Estamos realmente a 44 km do Recife? Os que elegemos são políticos ou matadores profissionais?
O texto que você escreveu nos leva a pensar uma coisa: só André é muito pouco pra aguentar a corrupção política daquela Câmara. A militância tem sido benéfica, conscientizadora, tem aberto espaço pra uma discussão lúcida, que não existia nesta cidade.
Mas temo pela vida dos meninos. O poder subiu à cabeça desse povo; por se sentirem incomodados e ameaçados de perderem seus gordos salários (e os extras), são capazes de tudo.
Cuidado, pessoal!
No meu ponto de vista o “aposente” é um manifesto com o propósito de aposentar os vereadores que estão no poder a cada mandato e não fazem nada para contribuir com o desenvolvimento da nossa cidade, em busca apenas de tirar “uma fatia” do dinheiro público em favor próprio. Não acredito q o movimento se trata a idade propriamente dita dos vereadores. Pouco importa se o vereador é velho ou jovem, contanto que o compromisso com o povo de nossa cidade seja real e verdadeiro. Não entendo em que o movimento se tornaria contraditório caso o André se elegesse e fizesse um trabalho bem feito mandato após mandato até q sua idade não podesse mais o considerar um jovem vereador, afinal a como falei anteriormente o importante é desempenhar um bom trabalho em que se tivesse resultados realmente positivos, independente de ser jovem ou velho.
André deve responder em breve, mas eu não agüentei não falar, foram legais as perguntas de Pablo, espero que enriqueçam a discussão e que faça o Aposente crescer ainda mais, a gente precisa disso pra melhorar, e por isso deixo algumas das minhas opiniões aqui… Essa semana o Aposente publicou na coluna do blog do Pilako e fala um pouco disso de que as pessoas acham que o simples fato de se candidatar já é um erro. Se os bons não se candidatarem os ruins vão governar e a gente vai sempre ficar na mesma merda.
1-Mas, será que uma aposentadoria é sinônimo de renovação? Será mesmo que aposentar os vereadores Bau Nogueira (PSD) ou Edvaldo Bione (PMDB) nos garantirá uma Câmara mais ativa e competente?
Aposentadoria não sinônimo de renovação, de mudança, se vai ser pra melhor não dá pra saber, mas se as coisas mudam elas se renovam. Se não tirar esses que tu citasse e mais outros que tem lá não vai garantir uma câmara melhor, mas deixar eles com certeza vai fazer com que as coisas continuem bem difíceis.
Mas estranho é que você pergunta mas já responde:” Não me diga que Irmão Duda (PSDC) e Toninho (PROS) são a marca da renovação política. Percebo, portanto, que aposentadoria não é sinônimo de renovação. Nem renovação é sinônimo de competência. A Casa Diogo de Braga é uma prova!”
2- Conta pra mim: é verdade que Zé da Juliana vai ser o candidato a prefeito pelo PSOL? É verdade também que você irá apoiá-lo?
Isso é uma resposta mais pra André que ta envolvido no partido, mas acredito que se André é do PSOL, deve apoiar o candidato do partido, afinal ele se filiou e o sensato seria participar das atividades do partido que incluem uma possível campanha pra prefeito, se o Aposente vai apoiar ele, ai são outros quinhentos. Tem que pensar isso direito, mas tem que pensar..conversar.. não decidir de qualquer jeito.
Estranho que tu também já tomasse uma posição sobre isso:” Se por quaisquer circunstâncias você declarar apoio a Zé da Juliana, o sentido do Movimento Aposente entrará em profunda contradição. Pois, desde quando Zé da Juliana representa a RENOVAÇÃO? Desde nunca.”
3-Sabe o que vai acontecer quando você se eleger, André?
Essa é a melhor pergunta. Bem se André se eleger vai ser do caralhoooo, primeiro eu acho ele honesto, segundo ele é um cara inteligente e que sabe escutar e terceiro, a gente vai ter a chance de participar mais ativamente… ia ser muito massa e o Aposente teria muito mais facilidade para crescer diria que em progressão geométrica.
Mais uma vez você já respondeu a pergunta:” Tudo vai ruir. Todo esse movimento lindo e grandioso que mete medo nos chefões da cidade vai desmoronar. Toda essa energia incrível vai ser canalizada no mandato e o mandato vai engolir a verve do Movimento. Eu não escrevi esse título à toa. É um pedido de socorro! A cidade precisa do Movimento enquanto movimento e não enquanto partido-eleito-mandato-sistema-câmara-dinheiro-ficha-apoio-suja… Só nos livraremos dessa realidade quando da realidade nos livrarmos.”
Comentando sua resposta, é muita descrença, desesperança, medo. Medo de ganhar. Medo de mudar. Pavor, pânico, sei lá. Vai cair uma bomba e tudo acabar. Se André ganhar e for roubar, a gente bota pra arrombar nele aqui e na rua. Mas pode ser que ele ganhe e seja muito massa. E mais pode ser que Yarla, Neto, Andrea, Eugênio, sei lá, pode ser que não seja André, embora eu acredite que ele é o ideal por ser a imagem do Aposente, e é quem começou tudo e mais se dedica.
Espero ter falado de tudo ou quase tudo…araço
Acredito que o próprio André irá vir aqui responder o seu pedido pessoalmente, Pablo, mas confesso que preciso deixar a minha opinião. Mesmo que acredite, como você, que poucos irão ler, mas é uma satisfação pessoal vir aqui e falar o que eu penso. Que é o seguinte: na sua vontade de ajudar, você trouxe apenas questionamentos antigos, sem propor nada de novo. Coisa feita para apaziguar os ânimos… anestesiar a população. Já nisso, para mim, seu texto passa a ser pouco proveitoso.
Quando você vem questionar a nossa intenção em “aposentar” um vereador, usa políticos já eleitos como se tivessem sido colocados lá por nós, e estivessem nos representando. Chega a ser cômico, uma vez que os próprios exemplos que você usou são alvos altamente criticados pelo movimento. Várias vezes touxemos para a atenção da popualção através dos meios ao nosso alcance acontecimentos absurdos protagonizados por estes candidatos que você mencionou nas sessões da câmara. Mais parece que você deseja deslegitimar o movimento aos olhos dos menos atentos, e dos inclinados a nos opor. Estes vereados que você falou, são apenas os mais novos da casa. Não representam o “novo” de que falamos, pois nossa proposta não é simplesmente por alguém novo lá, mas por alguém de qualidade para nos representar. Estes que você citou não nos representam, pois são apenas modelos novos da mesmisse que sempre tivemos no cenário político vitoriense.
Quanto ao que você falou do apoio ao Zé da Juliana, confesso que não sei se irá acontecer, mas é bom lembrar que estas questões são puramente partidárias, e o aposente é um movimento que vai além de partidos. Se o Zé se candidatar pelo partido, não tem como não receber o apoio do mesmo. Chega a ser infantil seu questionamento, deixando óbvio o quão razo é seu entendimento da política no nosso país. A nossa proposta de eleger um vereador vai além do cargo. Trata-se de uma semente a ser plantada, como todos os outros feitos que você mesmo mencionou.
Por falar nas nossas conquistas, obrigado pelo reconhecimento. Realmente, chegamos longe. Conquistamos muito. Muito disso graças à perseverança de André e tantos outros que estão a frente do movimento. Me entristesse, porém, a forma como você tenta listar tudo isso como forma de nos dar por satisfeito. Você fala em “o principal”… que foi “incrível”, mas mais parece que você quer que a gente olhe pra trás e pense que já andamos demais… que o cansaço comece a bater e que passemos a nos questionar se já não andamos muito. Eis uma lição para você aprender aqui hoje, Pablo: Pessoas de sucesso não olham para tráz e sentem o peso das suas conquistas. Elas olham para tráz e vêem o valor do seu trabalho, se sentem vitoriosas, e encorajadas a ir além. O que fizemos não pesa sobre nós, mas nos impulsiona a conquistarmos ainda mais no futuro.
Pra mim, pode até ter sido feito na boa intenção, mas pra mim deu pra sentir o fedor do final do seu texto desde o começo. Nada vai ruir! Não existe essa de que política corrompe os bons. Nós que somos fracos e elegemos pessoas mais fracas ainda para o poder. Tá na hora de colocar alguém bom lá sim. Seu discurso é velho, passado, e cheira mal. Vai ter candidatura sim! Vai dar certo sim! E pode esperar, que da próxima vez que você se der por vencido, cansado, e tentar nos contagiar com seu sentimento de derrota, vai ter muito mais vitória pra você listar aí.
Faço das palavras de Bruno Martins as minhas. Texto infeliz o seu, Pablo. Cheio de descrença e com aquela sutil mensagem de que nunca conseguiremos mudar o cenário político de Vitória e que é melhor deixar como está. Se essa não foi sua intenção, onde estão as propostas? Qual pessoa seria ideal para ocupar a câmara e a prefeitura? Você nem sabe e nem quer apostar numa mudança. Mais um contaminado pela comodidade. Não menospreze as lutas, nem as pessoas que você não conhece, e muito menos faça comparações maldosas entre nomes de pessoas que possuem ideais e caráter completamente opostos. Se você tirasse a maldade e a descrença do seu texto ele ficaria muito mais proveitoso.