Oposição avalia 100 dias de Paulo Câmara e relembra denúncias

Foto: Roberto Pereira/SEI
Foto: Roberto Pereira/SEI

Enquanto o governador Paulo Câmara comemora 100 dias de gestão, a bancada de oposição na Assembleia Legislativa lança o Pernambuco de Verdade, iniciativa que pretende fazer frente ao Todos por Pernambuco. Tal qual o programa estadual, lançado na primeira administração Eduardo Campos (2007), o Pernambuco de Verdade também fará uma série de visitas às microrregiões do estado, mas, ao invés de colher sugestões e reivindicações, vai verificar o andamento de promessas, programas e obras do governo.

“Eles têm o Todos por Pernambuco. Nós vamos ter o Pernambuco de Verdade para mostrar o que realmente acontece no nosso estado”, disse o líder da bancada Silvio Costa Filho (PTB), em uma coletiva na qual foi feita uma avaliação do atual governo. As viagens da oposição começam em maio, mas ainda falta definir o roteiro. O trabalho vai subsidiar investidas do grupo.

Ao falar dos 100 dias de Paulo Câmara, a oposição não poupou nas críticas. “Uma das promessas de campanha foi dobrar o salário dos professores, mas nem o piso tem sido cumprido. Mas o que mais preocupa são as contas que o secretário Paulo Câmara (ele foi titular da Fazenda) deixou para o governador Paulo Câmara: a dívida saltou de R$ 5,6 bilhões em 2011 para R$ 10,6 bilhões em 2014”, disse Silvio Filho (PTB). Os deputados informaram também que hoje o déficit primário do estado é de R$ 2,06 bilhões e que Pernambuco tem um dos maiores restos a pagar da história: R$ 320 milhões.

Teresa Leitão (PT) reclamou que, desde que assumiu, o governador tem usado o tempo para “culpar o governo federal” por tudo o que acontece de “ruim”. “A condução política do governo é equivocada e autoritária. A mesa de negociações com os servidores é travada, mas para a Odebrech sempre se apresentam alternativas”, ironizou Leitão, reclamando dos pagamentos feitos pelo estado à construtora responsável pela Arena Pernambuco.

O contrato da Parceria Público Privada (PPP) que deu origem ao estádio também esteve na conversa. Ele é alvo de auditoria do Tribunal de Contas de Pernambuco, por suspeita de superfaturamento. Além disso, questiona-se o valor pago anualmente pelo estado para cobrir prejuízos com o baixo público nos jogos. Algo em torno de R$ 5 milhões ao ano. Edilson Silva (PSol) denunciou que obras do BRT, que deveriam estar prontas para os jogos da Copa do Mundo, no ano passado, mas estão paralisadas. Outro ponto citado por ele foi o imbróglio da PPP para construção do presídio de Itaquitinga, cujas obras pararam há dois anos.

Resposta
Segundo o líder do governo na Assembleia, Waldermar Borges (PSB), “a única novidade que existe entre o “secretário Paulo Câmara” e o “governador Paulo Câmara” é o “descontrole da política econômica nacional”. “Além de hoje o governo Dilma (Rousseff) trazer de volta a inflação e um quadro recessivo, ele tem estrangulado a economia nos estados”. Borges ressaltou que o único ponto positivo é que, por causa da “política responsável” que vem sendo praticada desde o governo Eduardo Campos, Pernambuco vai conseguir atravessar 2015 pagando os servidores em dia, concluindo obras iniciadas e fazendo novos investimentos.

“Há uma incrível falta de cerimônia da oposição em jogar com números e sofismar, passando inverdades para a população. O estado usa hoje apenas um quarto de sua capacidade de endividamento”, informou o deputado. Ele, entretanto, elogiou a iniciativa dos parlamentares da oposição de também escutarem a população. “Vão constatar a distância entre o discurso deles e a realidade. Eles precisam ir às ruas para aprenderem a ir às ruas. Mas eles também precisam aproveitar a influência que têm junto ao governo federal para conseguir liberaração de mais recursos para Pernambuco”, concluiu.

Diario de Pernambuco

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