O organizador das Ligas Camponesas Francisco Julião, de terno escuro, com Zezé da Galiléia, um dos líderes do movimento. Pernambuco, 8 out. 1959. |
Os 60 anos de fundação da primeira das Ligas Camponesas será comemorado no próximo domingo (11) com encontro no Engenho Galileia, em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata. As terras foram objeto da primeira expropriação para fins de reforma agrária na história do Brasil, na década de 1950. O evento contará com a presença de representantes de movimentos sociais, federações e sindicatos de trabalhadores do campo, além de intelectuais, políticos e demais apoiadores da luta.
A programação tem início com um culto ecumênico, às 8h30. Durante o evento, serão diplomados os moradores que fizeram o curso sobre a história da localidade, ministrado por professores e pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Na data ainda será inaugurada a Biblioteca José Ayres dos Prazeres, construída com doações e em homenagem ao líder camponês e um dos fundadores da primeira Liga Camponesa.
O ato também marca a luta pela construção do “Memorial das Ligas Camponesas do Brasil – Francisco Julião” no território do Engenho Galileia, pela preservação da memória e história da luta dos trabalhadores do campo por justiça social.
Estão confirmadas as presenças dos movimentos de luta pela reforma agrária no Brasil, além de autoridades governamentais, representantes da pasta de Direitos Humanos do Governo Federal e do Governo de Pernambuco.
Francisco Julião
O ato também inicia o ciclo de comemorações do centenário do nascimento de Francisco Julião Arruda de Paula, morto em 1999. Nascido em Bom Jardim, Agreste, Julião foi advogado, escritor, deputado estadual e federal pelo PSB, do qual foi um dos fundadores. Cassado e preso pelo golpe civil militar de 1964, exilou-se no México e, após a anistia, foi um dos fundadores do Partido Democrático Trabalhista (PDT).