O polo industrial de Vitória de Santo Antão (Zona da Mata de Pernambuco) vai ganhar reforço com a implantação de uma fábrica de vidros e painéis solares da empresa italiana Glass Company. A unidade vai receber investimento de 12 milhões e tem previsão de começar a operar em outubro de 2015. A proposta é atender ao mercado brasileiro, sem descartar a possibilidade de expandir o atendimento para a América Latina.
A Glass Company está presente no Brasil desde 1996, com uma fábrica no Rio Grande do Sul. Mas essa unidade está focada na fabricação de vidros para a construção civil, enquanto a de Vitória poderá atender tanto ao setor quanto a usinas solares”, observa Ebert Casanova, diretor da consultoria Confiance Gestão Contábil & Negócios, que intermediou a atração do investimento.
O executivo afirma que o interesse do grupo italiano era fazer o investimento em São Paulo, mas acabou se convencendo a ficar em Pernambuco. A empresa vai pleitear os incentivos do Programa de Desenvolvimento de Pernambuco (Prodepe). Os sócios adquiriram um terreno de quatro hectares na BR-232, em Vitória. A unidade tem capacidade para produzir 30 mil metros quadrados de vidro por turno de produção. No primeiro ano de operação, a previsão é que o faturamento mensal da indústria fique na casa dos R$ 3,5 milhões.
O vidro fotovoltaico chega a ser 20% mais caro que os comuns, mas são sustentáveis, permitindo a geração de energia solar. O produto é constituído por lâminas de células fotovoltaicas fabricadas com silício, que é um elemento químico semicondutor. Esse material é instalado em vidros comuns, que absorvem a radiação solar e transformam em energia.
“Ainda não temos contratos fechados, mas conversamos com construtoras, hotéis e móveis que se interessaram pelo produto”, adianta Casanova. Segundo ele, regras do programa Minha Casa, Minha Vida sugerem a substituição do vidro comum pelo fotovoltaico.
Em Pernambuco, a Glass Company se associou a Coliseum Leilões e a MF de Lima. Na distribuição societária, a Glass terá 30% de participação e os outros dois sócios, 35% cada um.
USINA SOLAR
A fábrica da Glass Company integra um projeto maior, que prevê a implantação de dez usinas solares nos municípios sertanejos de Salgueiro e Serra Talhada. A previsão é investir 430 milhões em usinas com 30 MW cada uma. O projeto terá participação de fundos de investimento alemão e japonês, com participação de 50% e as empresas interessadas em se agregar poderão entrar com participação a partir de 10%.
A ideia inicial era implantar os parques em Afogados da Ingazeira, mas a localização foi revista. Os projetos da fábrica e da usina foram apresentados em dezembro de 2013, em reunião com o governo do Estado.