Segundo astrônomo, evento ocorreu por choque de um meteoro com atmosfera.
Susto, curiosidade e clima de mistério movimentaram os internautas na noite desta quarta-feira (15). Por volta das 23h, um clarão e até mesmo uma suposta “bola de fogo” teriam cruzado o céu em estados do Nordeste – especialmente Pernambuco, Paraíba e Alagoas.
“Eu estava na sala, assistindo televisão, e vi uma luz muito forte. Pensei que fosse um flash”, conta a professora Tainah Ferreira, que mora no bairro da Madalena. No Twitter, os usuários da rede social comentaram o ocorrido e relataram ter visto o fenômeno em várias áreas da Região Metropolitana do Recife (RMR) e mesmo em outros estados. No WhatsApp, uma imagem de baixa qualidade circulava como sendo do fenômeno.
De acordo com o professor James Solon, do Grupo de Astronomia de Pernambuco (AstroPE), o clarão ocorreu no momento do choque de um meteoro com a atmosfera. “De acordo com os relatos e com as informações que nós temos, trata-se de um meteoro que, ao se chocar com a camada atmosférica, ele se fragmentou e causou essa grande luminosidade, podendo ser vista de várias partes do Nordeste”, comentou.
De acordo com a da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa, na sigla em inglês), uma possível explicação para o fenômeno visto na noite da última quarta (15) é a chuva de meteoros orionídeas. A Orionídeas ocorre todos os anos, com período ativo entre 2 de outubro e 7 de novembro – e pico entre 21 e 22 de outubro. De acordo com uma página da agência, os meteoros da chuva são conhecidos por seu “brilho e velocidade”.
A origem da chuva de meteoros, ainda de acordo com a Nasa, é do cometa 1P/Halley. Poeira espacial e gelo, dispersos pelo núcleo do astro, eventualmente entram na atmosfera da Terra justamente durante outubro e são responsáveis por provocar o efeito.
O meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no Recife, Edinaldo Correia de Araújo, reforça a tese do meteoro e diz que também pode ser chamado de estrela cadente que aparece de forma brilhante no céu. “Estes fenômenos astronômicos podem ocorrer, mas não de maneira frequente. Tais fenômenos são de curta duração”, disse.
Já Leonardo Neves, que estuda astronomia há 14 anos e é membro da Sociedade Astronômica do Recife (SAR), relaciona o fenômeno ao cometa Halley, que passou pela Terra em 1986. “O clarão está associado a passagem do cometa Halley em 1986, que deixou uma calda de poeira em torno do sol”, disse Leonardo.