Desde a notícia da morte, foram quase 24 horas de homenagens ao dramaturgo.
Foi sepultado, no fim da tarde desta quinta-feira (24), no cemitério Morada da Paz, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, o corpo do escritor, poeta e dramaturgo Ariano Suassuna, que morreu aos 87 anos. A cerimônia aconteceu em meio a muita emoção de parentes, amigos e fãs de todas as partes, que fizeram questão de dar o último adeus ao mestre com faixas, cartazes, cantorias e poemas.
O corpo de Ariano chegou ao cemitério por volta das 16h55, depois de ser transportado num caminhão do Corpo de Bombeiros em cortejo fúnebre. Logo na chegada, uma salva de tiros saudou o Ariano Armorial. O caixão foi colocado numa área reservada para familiares e pessoas próximas. “Madeira que cupim não rói” foi tocada em violino, assim como canções católicas. Um dos netos do dramaturgo recitou os poemas “Acauhan” e “A mulher e o reino”, feitos pelo escritor. A viúva de Ariano, Zélia – companheira de mais de 50 anos – chorou muito durante o sepultamento.
Amigos próximos, como o governador João Lyra Neto e o ex-governador Eduardo Campos, marcaram presença, assim como uma legião de fãs, inclusive da cidade de Taperoá (PB), onde o dramaturgo viveu parte da infância.
O cortejo e as últimas homenagens
Durante todo o dia, familiares e visitantes fizeram homenagens ao paraibano com alma de pernambucano. Grupos de rabeca e de maracatu, como o Nação Estelar e o Piaba de Ouro, realizaram apresentações no velório do dramaturgo, realizado no Palácio do Campo das Princesas, no Recife. Poemas foram lidos a todo instante diante do caixão. Símbolos como o estandarte do Galo da Madrugada (que homenageou o dramaturgo no Carnaval deste ano), um boneco gigante e as bandeiras do Brasil, de Pernambuco, do Sport e da Universidade Federal de Pernambuco (de onde o escritor era professor emérito) tiveram destaque.
Políticos, como a presidente Dilma Roussef, também prestaram uma última homenagem a Ariano. O governador João Lyra Neto, juntamente com o ex-governador e amigo pessoal do escritor, Eduardo Campos, permaneceram por bastante tempo na cerimônia. Personalidades como Santanna, Claudionor Germano e o cineasta Guel Arraes se somaram aos visitantes do local. “Ele estudou e pensou o Brasil a partir da literatura e nunca teve muita gente como ele Brasil nem nunca terá. Entre todas as peças, livros, etc., a obra máxima é a vida dele”, comentou Arraes.
Após o velório, que aconteceu no Palácio do Campo das Princesas, o caixão foi colocado com a ajuda de netos do escritor num caminhão do Corpo de Bombeiros. Com aplausos, parentes, amigos e fãs entoaram “Madeira que cupim não rói”, de Capiba, e o grito de guerra do Sport Club do Recife, time do coração de Ariano. O trajeto até o cemitério Morada da Paz, incluiu a rua da Aurora, a avenida Agamenon Magalhães, o Complexo de Salgadinho e a PE-15.