Novas regras de portabilidade de financiamento com recursos do FGTS já começaram a valer
Quem tem um imóvel financiado com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) já pode entrar no time de quem faz a portabilidade de crédito: sair de um banco para outro para diminuir as taxas do empréstimo e, assim, economizar milhares de reais. Mas especialistas alertam que o procedimento requer atenção na hora de pesquisar as melhores condições.
Os analistas de crédito e representantes de entidades de defesa do consumidor aprovam a medida, por estimular a concorrência entre os bancos e, desse modo, aumentar as vantagens para o consumidor. Mas, para fazer, de fato, um bom negócio, é preciso recolher com cuidado todos os detalhes das ofertas dos bancos para onde o financiamento pode ir. “Não é simples fazer a comparação”, alerta o presidente do Canal do Crédito, Marcelo Prata.
O site, especializado em consultoria na área, e a associação de defesa do consumidor Proteste montaram uma calculadora online que reúne as diversas informações e mostra se a troca é ou não vantajosa. A ferramenta estará no site das instituições nos próximos dias. Enquanto isso, os consumidores podem se orientar também pela cartilha que a Proteste já colocou no ar.
Prata explica que, além do Custo Efetivo Total (CET), pesam principalmente na pesquisa as despesas inerentes à elaboração de um novo contrato, que são a avaliação do imóvel e a análise jurídica; e uma taxa cartorial, a averbação – uma atualização no registro do imóvel, que, a esta altura, já foi feito, uma vez que o financiamento já está em andamento. A averbação custa cerca de 25% do preço do registro no cartório de imóveis.
Em uma simulação do Canal do Crédito, propostas de dois bancos trazem resultados diferentes para quem financiou R$ 400 mil em 360 meses, a um CET de 10,92% ao ano. O banco “A” ofertou um CET de 9,8%, enquanto o B fez de 9%. Mesmo com a taxa menor do que o atual, o primeiro pode levar o cliente a um prejuízo de mais de R$ 2 mil, devido aos custos com a portabilidade e averbação.
“Por isso sugerimos usar a calculadora ou ter ajuda de um profissional”, aconselha Prata. Ele diz que, no caso de o cliente não ter acesso a esses canais, considere pelo menos o CET e insista com os bancos para obter os demais detalhes.