Imóveis têm alta recorde em Vitória de Santo Antão

Engana-se quem pensa que um imóvel no interior do Estado é mais barato do que na capital. Exemplo disso é Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata Sul, que depois da implantação de novos empreendimentos já registra valores do metro quadrado (m²) tão altos quanto ao de bairros como Boa Viagem, na Zona Sul de Recife, e Casa Forte, na Zona Norte. Uma casa no bairro Matriz, parte central de Vitória, pode ser encontrada hoje ao preço de R$ 1,2 milhão, com um metro quadrado (m²) de R$ 6,3 mil. Na comparação, em Boa Viagem, ou em Casa Forte, o valor do metro quadrado, a depender da localização e do tipo do imóvel, pode custar entre R$ 4,5 mil e R$ 7 mil. 

A especulação no segmento, segundo os corretores da cidade, está alavancando os preços e deixando os novos moradores impressionados com as ofertas. A paulistana Carolina Oliveira, que passou a morar no Estado depois que o marido começou a prestar serviços na área de automação industrial, disse que os preços não condizem com a estrutura da cidade. “O tamanho do município e a infraestrutura não fazem jus aos valores que os proprietários estão cobrando”, ressaltou. De acordo com ela, um loteamento no bairro do Iraque – distrito afastado do centro – está sendo vendido por R$ 50 mil. “E o bairro é bem simples”, reforçou. 

Projetando no que a cidade pode se transformar, o corretor de imóveis Paulo Robert explicou que o reajuste de 40% no faturamento, em relação ao ano passado, se justifica com o aumento da demanda. “Os proprietários colocam esses valores porque tem quem compre. Isso foi ocasionado, principalmente, depois que as fábricas e as promessas de novas indústrias se espalharam pela região”, explicou. O corretor contou ainda que há casas no município de R$ 3 milhões . “Geralmente são casas antigas e os preços são pela localização”, esclareceu. 

Na avaliação de uma corretora, que preferiu não se identificar, há seis anos a mesma casa que hoje custa R$ 1,5 milhão valia antes R$ 100 mil. “Os donos de casa começaram a perceber que muita gente de fora estava vindo pra cá. Eu mesma já aluguei e vendi casas para pessoas de todo o País”, explicou. Em alguns casos, segundo a corretora, os imóveis nem chegam a ser vendidos. “Essa de R$ 1,5 milhão, por exemplo, faz um ano que está com a placa de vende-se”, relatou.

Folha de Pernambuco