Nas vésperas de Dilma vir a Pernambuco, petista João Paulo rebate declarações de Eduardo Campos
A presidente Dilma Rousseff (PT) desembarca na próxima terça-feira, em Pernambuco, para visitar o estaleiro Atlântico Sul e a refinaria Abreu e Lima, em Suape, em meio a um clima bem turbulento com o PSB. Se até bem pouco tempo petistas e socialistas andavam de mãos dadas, numa parceria propagada como “inabalável”, as mais recentes críticas do governador Eduardo Campos às gestões petistas fizeram o PT responder no mesmo tom. O deputado federal João Paulo (PT) foi escalado para a linha de frente e classificou a entrevista do socialista, concedida na última quinta-feira, em João Pessoa, como infeliz.
“Eduardo Campos sempre foi nosso parceiro e sempre se beneficiou do sucesso petista tanto em nível nacional como regional. O PT foi peça fundamental e decisiva para suas eleições em 2006 e 2010 e para o seu governo”, destacou João Paulo por meio de nota. O deputado disse ainda que as gestões petistas, de Lula e Dilma, deram ao Brasil o maior avanço social e econômico de toda a sua história. “Eduardo Campos chegou a comparar minha gestão com a de Pelópidas da Silveira, um dos maiores prefeitos da história do Recife. E deu declarações públicas que a minha gestão era uma grande referência para ele”, relembrou o petista.
João Paulo destacou ainda que Eduardo apoiou sua eleição e reeleição para a Prefeitura do Recife e do seu sucessor e o PSB, inclusive, fez parte dessas gestões, ocupando secretarias e tendo até o vice-prefeito (Milton Coelho) na gestão de João da Costa, até o final do governo. Na condição de presidenciável, o governador tem ressaltado que o Nordeste precisa marchar unido para não perder o que já foi conquistado.
Alvo presidencial
As conquistas, segundo o socialista, foram alcançadas nas gestões do ex-presidente Fernando Henrique (PSDB) e de Lula. Já as críticas têm como alvo a presidente Dilma. Ao participar de um debate em uma rádio em João Pessoa, o governador declarou que a população tem visto que, até 2010, o Brasil foi de um jeito e de 2011 para cá o Brasil tem sido outro. “É fato que a economia mundial está em crise, mas ela, por si só, não justifica o tanto que baixou o crescimento de nossa economia”, afirmou. Para João Paulo, o crescimento da avaliação positiva de Dilma e da sua administração, nas recentes pesquisas de opinião, pode estar provocando consequências, como o comportamento intempestivo dos concorrentes.
Armando e Humberto no posto de destaque
Os senadores Armando Monteiro Neto (PTB) e Humberto Costa (PT) serão os anfitriões da presidente Dilma Rousseff (PT) no estado. O posto de “destaque” era ocupado até então pelo governador Eduardo Campos (PSB). Os senadores estão unidos em torno do projeto de reeleição da petista em Pernambuco e não pretendem dar nenhuma brecha para o socialista “brilhar”.
Durante a passagem de Dilma, o carimbo do governo federal nas obras estruturadoras do estado, a exemplo da área de mobilidade como o Arco Metropolitano, a Via Mangue e o Corredor Leste-Oeste, deverá ganhar postos de destaque nos discursos. A ideia é massificar a gestão petista no estado.
O governo federal também decidiu investir nas redes sociais com dados específicos de Pernambuco para confrontar o poderio eleitoral construído por Eduardo em sua terra natal. Um post do Facebook de Dilma ressalta a presença do Bolsa Família no estado. “Em Pernambuco, onde mais de 1 milhão de crianças e jovens foram atendidos pelo programa federal, os alunos do Bolsa Família têm aprovação de 79,7% no ensino médio”, destaca a publicação, postada na última quinta-feira.