Os trabalhadores da construção civil de Pernambuco continuam em greve por tempo indeterminado. Na manhã desta terça-feira, durante assembleia da categoria, ficou definido a paralisação das obras de Vitória de Santo Antão, na Mata Sul e em Gravatá, no Agreste do Estado. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Pesada (Marreta), Dulcilene Morais, acredita que estão paradas cerca de 790 obras públicas e privadas do Recife, Região Metropolitana, Goiana, Vitória e Gravatá. Hoje à noite, a diretoria fará um balanço dos dois dias de greve e dará novos direcionamentos aos trabalhadores.
A decisão sobre a greve foi definida na última quarta-feira (23), em Assembleia da Categoria. A reivindicação dos trabalhadores é por reajuste de 18%, mas os patrões oferecem 5,7%. Além do aumento salarial, o sindicato pede vale-alimentação de R$ 350, implantação do plano de participação nos lucros e resultados (PLR) e 100% de hora extra aos sábados, domingos e feriados.
O Marreta estima que aproximadamente 60 mil trabalhadores podem cruzar os braços em aproximadamente 700 canteiros de obras em todo o estado. A paralisação não atinge Suape, no Litoral Sul, nem as obras da Fiat, em Goiana, na Zona da Mata Norte do Estado, pois foi fechado um acordo paralelo com os trabalhadores quanto à questão salarial.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), Gustavo de Miranda, disse que espera entrar em acordo. “Não está havendo negociação, levantou-se com uma proposta fora de qualquer padrão do que está negociado hoje. Nós estamos na expectativa muito grande de poder conversar. Conversar depois que estoura uma greve é difícil, mas não nos furtamos”, explicou.
De acordo com ele, o Marreta não enviou representantes para a última mesa de negociação, que ocorreu sexta-feira (25). “Marcamos, eles não foram e não atenderam o telefone. Estamos sem entender qual a estratégia. Desse jeito não vamos chegar a um acordo nunca.”