Durante a sessão ordinária que julgou o Parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que recomendou a Câmara da Vitória de Santo Antão a rejeição das contas de 2006 do ex-prefeito José Aglailson, este não conseguiu a maioria necessária e assistiu junto com sua família uma significativa derrota no Plenário da Casa Diogo de Braga.
Em seu discurso, José Aglailson fez um balanço de sua administração e relatou algumas de suas conquistas enquanto gestor público. “Fiz em Vitória de Santo Antão uma história que não se apaga. Espero que esta Câmara entre para a história porque fez justiça comigo!”, afirmou antes de saber que não teria a maioria qualificada.
Dos 11 Vereadores, apenas Antonio Gabriel – o Toninho (PR) não compareceu; entre os dez parlamentares, três foram favoráveis ao parecer do TCE, seis contrários e uma abstenção. Aglailson precisava de 08 votos a seu favor, o que representaria conforme legislação específica para esta votação 2/3 do total, porém obteve apenas 06. Portanto, vingou a recomendação do TCE/PE, abrindo um precedente para a sua inegibilidade política.
O ex-gestor afirmou que não será candidato nas próximas eleições e aproveitou para criticar a imprensa digital que faz críticas a sua atuação. “Quero dizer a esta imprensa que nos critica que eu faria tudo de novo”, afrontou. Crente de que o prefeito de Vitória, Elias Lira (PSD), não se movimentou para influenciar no resultado final de suas contas na Câmara Municipal, Aglailson relatou: “Elias Lira nos garantiu que não nos prejudicaria. Ele até disse que se fosse vereador votaria a meu favor”, declarou o socialista na Tribuna da Câmara nesta quinta-feira (10/10).
Conforme especulações colhidas pelo Blog A Voz da Vitória, o Prefeito Elias Lira designou o Diretor da Agência Municipal de Desenvolvimento, José Barbosa, para assegurar a ausência do vereador Toninho (PR) e ameaçou o Vice Presidente da Casa Irmão Duda (PSDC) de perder espaços conquistados na Secretaria Municipal de Saúde se não garantisse apoio ao relatório do Tribunal de Contas.
Aglailson aproveitou para pedir desculpas ao vereador Geraldo Filho (PTC) pelos fatos ocorridos nas eleições 2012 e afirmou que pessoalmente não teve nenhum envolvimento com os episódios que aborreceram o seu pai, Geraldo Enfermeiro.
José Aglailson toma para si a articulação que garantiu o lançamento da candidatura do governador Eduardo Campos. “Eu fui um grande incentivador para que Eduardo saísse candidato ao Governo do Estado. O convenci de que era a melhor estratégia para ganharmos espaço e chegar ao Palácio do Campo das Princesas”, contou orgulhoso.
Por fim, foram favoráveis a Aglailson os vereadores Edvaldo Bione (sem partido), Bau Nogueira e Novo da Banca (ambos do PSD), Sandro da Banca (PTC), Dr. Saulo Albuquerque (PSB) e Danda da Feijoada (PR). Com a derrota, o seu advogado Paulo Varejão considerou que o julgamento foi político e prometeu tomar algumas medidas, mesmo reconhecendo que este resultado finaliza o trâmite da rejeição das Contas de Governo de José Aglailson.