Médicos de Pernambuco param atividades nesta terça em protesto contra proposta de Dilma

Os médicos de Pernambuco paralisarão as atividades durante esta terça-feira (25) em forma de protesto. A categoria decidiu cruzar os braços por 24 horas depois do pronunciamento feito pela presidente Dilma Rousseff em cadeia nacional de rádio e televisão na noite da última sexta-feira (21) depois da onda de mobilizações que invadiu o país nas últimas semanas. A classe acredita que a entrada de médicos estrangeiros no Brasil, anunciada por Dilma, e as regras impostas aos profissionais do exterior pode prejudicar a saúde da população. 


Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Mário Jorge, a categoria não é contra a importação de profissionais. O que os médicos reclamam é a isenção dos médicos estrangeiros do Revalida, exame federal aplicado que testa a capacidade do profissional. “Com esse sistema, a presidente quer obrigar tal profissional a ir para um lugar escolhido pelo governo, restringindo o direito deste médico”, explica.

Além de não resolver o problema, perpetua a desorganização do sistema de saúde do país
Na prática, a estratégia usada por Dilma obrigará os estrangeiros a atuarem no interior do Brasil, onde muitos municípios sofrem com o déficit de profissionais da saúde. O que pode ser visto como a solução do problema generalizado, também é um grande risco para os brasileiros acredita o Simepe. “A população corre dois riscos. O primeiro é de levar um profissional não habilitado para as unidades de saúde; o segundo é que desobriga o prefeito em transformar as unidades em lugares melhores, já que ele receberá o profissional de graça”, ressalta Mário Jorge.   

Na paralisação, a promessa é de que os serviços emergenciais funcionarão normalmente. Além da paralisação, os médicos do Estado planejam uma Assembleia geral da categoria para esta terça, às 14h, no Memorial da Medicina, no bairro do Derby, área central do Recife. No encontro, os profissionais debaterão sobre as propostas lançadas pela OAB. Os rumos da paralisação também entrarão na pauta da assembleia.

MANIFESTAÇÕES – Para o presidente do Simepe, as manifestações que ocuparam várias cidades do País por um Brasil melhor mostram a mudança de postura da sociedade. “O País não está acostumado a ouvir o cidadão; o exercício da democracia não é só no voto. Deveríamos exercer mais esses direitos constitucionais”, defende.

Do NE10