Fogueiras e fogos de artifício; um tormento para os alérgicos

O mês de junho é marcado pelas festas juninas, com o forró e as comidas típicas, além desses aspectos, as fogueiras são marcas tradicionais nesta época e acabam trazendo alguns problemas para muitas pessoas que possuem alergia respiratória. Podendo gerar outros quadros mais graves, como asma brônquica, rinites e alergias oculares. Além das festividades, nesta sexta-feira (21) é comemorado o Dia Nacional de Combate à Asma, a doença é uma inflamação crônica das vias aéreas que afeta principalmente os brônquios, levando a sintomas como falta de ar, chiado no peito e tosse, que podem se resolver espontaneamente ou através do uso de medicação.
Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI) cerca de 30% da população, em geral, tem algum tipo de alergia. Como é o caso da família de Suzicléia Oliveira, de 28 anos, que sofre nessa época do ano. “Como praticamente todas as casas da rua que moro tem uma fogueira na frente, precisamos (eu e meu marido que foi asmático na infância) tomar antialérgicos ao longo do dia, para preparar o organismo. Nas poucas vezes que saímos já vamos medicados, por conta da fumaça”, afirma. A filha do casal, que tem 9 anos, fica com os olhos vermelhos e ardendo, além de uma leve alergia.
Para o alergologista da clínica médica Alergo Imuno, Waldemir Antunes Neto, é preciso conciliar o aspecto cultural com os cuidados básicos que precisam ser tomados quando do manuseio de fogos de artifício e fogueiras. “As pessoas podem até tentar fugir das fogueiras, mas caso não consigam, tem que buscar uma forma de conviver com elas sem desenvolver crises alérgicas”, relata.

Como se proteger e quais os sintomas que merecem atenção

Como é difícil controlar a fumaça dentro de casa, o ideal é fechar portas e janelas, colocando toalhas molhadas nas frestas para impedir a entrada da fumaça. “Fechamos todas as portas e janelas, para minimizar a fumaça dentro da casa”, relata Suzicléia. Segundo ela, nunca precisou ir ao hospital nessa época diferente do seu marido, Thyago Oliveira, de 26 anos. “Na infância precisei muito ir ao IMIP, sempre ficava internado, pois tinha sérias crises de asma”, afirmou. De acordo com o alergologista Walfrido Antunes as crianças podem desenvolver um quadro de asma devido a fumaça. “Quem já tem um pulmão debilitado e, na medida em que é exposto à fumaça, desenvolve um quadro mais grave de insuficiência respiratória”, destacou.
A dica para os alérgicos é ficar longe das fogueiras e fogos de artifício. Os sintom
as vão desde olhos lacrimejando até fortes dores de cabeça. Thyago comenta que na infância sofria com tosses, nariz corizando, espirros, falta de ar e muita dificuldade em respirar. De acordo com os especialistas, o problema da fumaça é ainda maior para aqueles que se encontram nos extremos de idade, crianças e idosos.
Os cuidados nas crianças devem ser ainda maiores, tentar afastar ao máximo da fumaça das fogueiras, caso ocorra algum tipo de irritação nos olhos é estimável lavar com soro fisiológico. Em relação à falta de ar e dificuldades para respirar é recomendável fazer nebulização a cada 3 horas. Aos alérgicos em geral devem fazer o uso de medicação correta de forma regular. Além disso, evitar respirar pela boca, pois o ar poluído pode causar faringite. “Eu só tenho crise de rinite, nariz entope e por respirar ar poluído pela boca já fiquei com faringite”, comenta Suzicléia.


Ao apresentar qualquer tipo de crise alérgica, a pessoa deve ser levada imediatamente ao médico, afim de não agravar o estado de saúde. Pois, cerca de 10% a 25% da população tem asma e essa doença é responsável por aproximadamente 400 mil internações hospitalares e 2,5 mil mortes por ano, segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai).

Da Folha PE