Foto: Divulgação/PMV |
No último sábado à tarde quem foi a Matriz pode assistir mais um desses belos espetáculos: Cafuringa, realizado pelo Grupo Cafuringa, em homenagem ao saudoso artista de rua Cafuringa, Rubens Martins, ventríloco que, munido dos seus bonecos, comercializava garrafadas pelas ruas do Recife prometendo curar todo tipo de doença. Aproveitava para vender o remédio “milagroso” aos passantes do Pátio do Carmo, onde dividia a pouca sorte com camelôs, prostitutas e bêbados. Cantador de emboladas e manipulador de ventríloco, o personagem da vida real sofreu represálias do poder público e da igreja, unidos por uma “limpeza social” na área, no ano 2000. Precisou sair de cena. Morreu no mesmo ano em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC). Para os admiradores, partiu de tristeza. A história, melancólica à primeira vista, é agora recontada no espetáculo que está rodando o Estado. A encenação de rua, gratuita, com trilha sonora ao vivo, é permeada por atores que utilizam máscaras e bonecos nas mais distintas manipulações.
“Não tínhamos a pretensão de fazer uma biografia do personagem. Nossa tentativa foi a de um recorte de sua vida. Ele tinha um universo bricante forte. E foi isso o que retratamos”, contou o ator Luiz Filho, que divide o palco com Alexandre Menezes, Pablo Dantas e Cleydson Catarina. Todos utilizam máscaras e bonecos em distintas manipulações, com o auxílio dos músicos Rodrigo Félix e Filippo Rodrigo. A direção de arte é assinada por Cleydson Catarina (CE).
Para Herika Araújo, atriz e produtora cultural vitoriense, “Vitória de Santo Antão carecia de bons espaços onde espetáculos como esse pudessem se apresentar. É uma grande conquista para todos nós, artistas e amantes da arte. Ainda falta termos um teatro municipal, mas com trabalho e empenho chegaremos lá”.