A partir de hoje, população pode acompanhar obra de reforma do Palácio do Campo das Princesas. É preciso agendar visita
Alexandre Gondim/JC Imagem |
A obra de restauração do Palácio do Campo das Princesas, sede do governo do Estado, não será mais executada a portas fechadas. Pernambucanos e visitantes do Recife poderão, a partir de hoje, acompanhar o trabalho de mestres e artífices que desde outubro do ano passado fazem o resgate do traçado original do prédio, construído de 1841 a 1922. As visitas estão programadas para as quintas e sextas-feiras, das 9h às 11h e das 14h às 16h, até o fim da intervenção, em setembro de 2014.
Dez alunos da Universidade Federal de Pernambuco capacitados para contar a história do Estado, a trajetória da edificação e teorias da restauração, atuarão como guias no palácio, localizado na Praça da República, no bairro de Santo Antônio, Centro do Recife. A visita terá cerca de 40 minutos de duração e começa pelo segundo andar do imóvel, onde estão montadas oficinas de recuperação de móveis, quadros, cristais, prataria, vasos cerâmicos e peças de bronze.
Na Sala das Embaixatrizes, o público vai encontrar restauradores munidos de estiletes num lento e delicado trabalho para retirar as várias camadas de tinta que escondem a cor original do forro, sem danificar os enfeites do teto. O mesmo está sendo feito no corredor principal do primeiro andar e nas paredes do pavimento térreo.
“Um estudo definirá a cor mais antiga da edificação, encontramos de 12 a 20 camadas de tinta sobrepostas. Com o passar dos anos, cada administrador usava as tintas da época e uma pintura cobria a outra. Tudo indica que as paredes eram brancas com detalhes na cor sépia. Os ornatos florais do forro de gesso são brancos”, informa o arquiteto Fernando Guerra, coordenador do Programa de Visita do Palácio.
Dois terraços do prédio foram transformados em oficinas de carpintaria e marcenaria, para recuperação de janelas, esquadrias, portas, piso e forro de madeira. A visita guiada termina no jardim do palácio, no encontro dos Rios Capibaribe e Beberibe, previsto para ser reformado na última etapa da obra. “Vamos mostrar ao público como é feita uma obra de restauração, um trabalho como este desperta nas pessoas o interesse sobre os fatos históricos que aconteceram no prédio”, destaca Fernando Guerra.
Em 1859, por exemplo, o prédio não tinha o segundo piso e não dispunha de móveis suficientes para acomodar todos os convidados na recepção oferecida ao Imperador Pedro II. “Famílias abastadas de Pernambuco doaram móveis para a solenidade, que ficaram em definitivo no palácio”, revela Fernando Guerra. Curiosidades como esta serão repassadas ao público em português, inglês, francês, alemão e espanhol.
O roteiro das visitações não é fixo, porque seguirá a rotina da obra, realizada pela Velatura Restaurações, empresa do Rio de Janeiro contratada pela Fundação Roberto Marinho para conduzir os serviços. Os interessados devem agendar a visita pelo telefone 3181-2167 ou pelo endereço eletrônico visitapalacio@governadoria.pe.gov.br.
Serão formados grupos e só entram dez pessoas por vez. Como medida de segurança, o visitante deve estar vestido de calças compridas e usar sapato fechado. Capacetes serão fornecidos no local. “Não é um passeio para crianças”, alerta Fernando Guerra. “A ação é mais voltada para adultos, estudantes pré-vestibulandos, universitários e turistas”, afirma o arquiteto.
Fotos são permitidas, mas é proibido filmar as visitas. A sede do governo funciona provisoriamente no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda.
Do JC Online