História do Clube Carnavalesco Misto Taboquinhas

O Clube é um dos mais antigos em atividade no Carnaval Vitoriense

Criado em 1924, no bairro do Cajá, o grupo se destaca pela forma espontânea de brincar. Para começar, não há ensaios. As músicas são as mesmas de sempre e todo mundo da cidade conhece as letras. Sendo assim, os Taboquinhas só se encontram no dia do desfile, afiadíssimos, e qualquer morador pode entrar na folia. Claro que avisando com antecedência, para dar tempo de fazer a roupa.

Aliás, a música dos Taboquinhas é um tanto curiosa. Eles nasceram em 1924 como Clube de Fado e têm 16 composições próprias. Quatro delas bem populares. Com o passar dos anos, as canções melancólicas portuguesas foram se aproximando do frevo. 

O nome é uma homenagem à Batalha das Tabocas, combate entre holandeses que ocuparam o Nordeste do Brasil e luso-brasileiros em 3 de agosto de 1645, no Monte das Tabocas, em Vitória de Santo Antão.

Foto: Bernardo Soares
A rabeca dá o tom da música e em harmonia com cavaquinho, violão, banjo, atabaque e pandeiro compõe a orquestra de 13 músicos. O cordão, formado por 24 pessoas, leva tabocas e dá pancadas ritmadas no chão – são 12 damas e 12 cavalheiros vestidos como antigos camponeses de Portugal. Dezoito pessoas no coral (Madrigal de Olinda), dois porta-bandeiras, duas sinhazinhas e um sinhozinho completam o clube.

No começo, apenas homens desfilavam no Clube de Fado Taboquinhas, que fazia apresentações no Carnaval, São João e Natal, tocando fados.O ritmo mudou, tendendo para o frevo, quando o clube passou a circular só no Carnaval. Com a entrada de mulheres no grupo, o nome foi substituído para clube carnavalesco misto. As raízes lusitanas fazem referência ao português Diogo de Braga, fundador da cidade.

As figuras centrais da agremiação, Senhora Helena e Sinhá Pequena, além do sinhozinho, resgatam os engenhos de cana-de-açúcar existentes na região. 

Por Danilo Coelho