Processo de Urbanização da cidade da Vitória de Santo Antão [PARTE 01]

 Estamos iniciando uma série de postagens que trará a formação da cidade de Vitória de Santo Antão, todos os passos seguidos para o combate ao crescimento desordenado que a cidade havia tendo.
Crescimento desordenado – Posturas sobre urbanização

 Formou-se e cresceu a cidade, naturalmente, sem obedecer as determinações legais sobre o delineamento de suas ruas e praças, alinhamento do frontispício das casas e estudo de sua expansão.

 Não se pode atribuir o fato à falta de leis disciplinadoras do assunto, que as havia, nem à escassez de recursos financeiros, de vez que as providências necessárias independiam desses fatores, mas À displicência e omissão dos poderes públicos, e, algumas vezes, o que é mas grave, à prevalência de interesses subalternos e privados sobre os da comunidade.

 Eis por que a povoação e Vila de Santo Antão, depois Cidade da Vitória hoje da Vitória de Santo Antão, situada em terreno acidentado, apresenta ruas estreitas, tortuosas, irregularidades, umas estrangulando e agredindo as outras.

 Agravou esse relativo descaso a ausência de um plano geral de urbanização, em que estivesse previsto o desenvolvimento da cidade e que fosse inflexivelmente executado pela Municipalidade.

 A mais antiga planta da cidade que conhecemos é de 1855. Havia, já então, quem antevisse a necessidade de se planejar o arruamento das casas nos subúrbios, em formação, pois, na sessão de 17 de agosto de 1854, “propôs o vereador José Cavalcanti Ferraz de Azevedo que o Fiscal não consentisse edificação de casas sem preceder licença e cordeação nos lugares da Ponte até Cruz das Almas, no Jiquiá, Salgadeira, Jenipapo, Cabanga e em todas as demais ruas da cidade.” e, tendo sido a proposta aprovada, mandou a Câmara que se oficiasse neste sentido ao dito funcionário.

 Solicitara, porém, no dia anterior, ao Governo Provincial a vinda de um engenheiro para levantar a planta da cidade (…)

 Foi o atendido em parte. O ajudante de engenheiro Feliciano Rodrigues da Silva levantou a planta do que então não existia, mas não traçou nela os lineamentos de novas ruas, nem as correções a fazer nas antigas.

 Encontrando-se o mesmo na cidade, solicitou a Câmara ao Governo Provincial, em 04 e 17 de julho de 1857, o autorizasse a fazer a planta e o orçamento para o conserto da Rua Direita (hoje Rua Imperial), e pedia lhe fosse cedida uma porção de pedras, que sobrara da construção da ponte sobre o Tapacurá (ponte do Galucho), para reparo e calçamento das ruas.
CONTINUA…
Fonte: José Aragão – Livro História da Vitória de Santo Antão, Volume 2.