Por Lissandro Nascimento,
A abertura contou com a apresentação em piano, violino e flauta, logo enriquecido com a apresentação de vídeos que retrataram a riqueza histórica e cultural da cidade. Palestrante nesta solenidade, o advogado e membro da Casa, Aristides Felix Júnior, abordou os aspectos históricos que envolveram os conflitos ocorridos entre os lusos brasileiros e os holandeses, o qual desembocou a Batalha do Monte das Tabocas em 1645 e três anos depois na Batalha dos Guararapes, em Jaboatão. “É notório os acordos históricos entre Portugal e Holanda quanto aos avanços da colonização, os quais geraram sérios conflitos entre os dois países, que tiveram um maior embate no Nordeste brasileiro”, reforçou.
Na opinião de Aristides Júnior, apesar dos combatentes locais estarem em menor poder ofensivo, a fé, a bravura e o uso de estratégias de guerrilhas foram preponderantes para alcançar a vitória. “Enfrentar os holandeses em campo aberto era complexo e temeroso, pois eles dispunham de um maior armamento. Esperá-los no Monte das Tabocas foi uma estratégia exitosa”, avaliou Aristides.
Para o advogado, se faz necessário trazer as lições do passado para o presente, destacando que a cobrança por uma melhor qualidade de vida deve está presente hoje na pauta da sociedade. “É válido afirmar que a institucionalização da política econômica em torno do Real, iniciada por FHC, consolidada por Lula e Dilma, foi fundamental para a melhoria das condições do povo brasileiro”, frisou. Aristides Júnior aproveitou para questionar que a cidade da Vitória de Santo Antão sofre há décadas com a sua precária infra estrutura básica. “É um absurdo convivermos com a escassez do abastecimento d’água e outros problemas básicos urbanos”, cobrou.
Na programação constou a entrega das outorgas dos títulos de sócio benemérito ao Dr. Maurício Jatobá, diretor da CHESF (ausente justificadamente) e da Presidente de Honra – Professora Eunice Xavier; bem como a Comenda do Instituto Histórico aos sócios Severino Francisco de Matos (Raminho) e Élio Campos de Melo; a aposição da foto do empresário Walter Lemos e tomada de posse de cerca de dez novos sócios, completaram a festividade.
A emoção desta noite no Teatro Silogeu, em Vitória, ficou por conta das homenagens rendidas a Presidente de Honra do Instituto Histórico, Eunice Xavier, pelo qual o auditório totalmente lotado assistiu a um vídeo que relatou sua vida e sua dedicação em 20 anos a serviço da cultura da cidade a frente do Museu. “Fico muita grata e emocionada com esta homenagem. Nunca vi algo igual em todos estes anos no nosso Instituto Histórico. Lembro que aceitei o desafio de dirigir esta Casa a pedido do nobre professor José Aragão, o qual guardo com saudades em minha memória”, contou Eunice Xavier quando aceitou ser a candidata de Aragão a presidência do Museu, após a anuência do seu marido Aluísio Xavier (in memória).
Houve a apresentação de um vídeo institucional do Instituto Histórico, produzido por Gilberto Lorena e Pedro Ferrer, com narração de Ednaldo Torres. Este vídeo aborda didaticamente como estão divididos as seções do Museu da cidade, que passou por reforma e foi enriquecido com recursos tecnológicos que vão ajudar na melhor compreensão de seus visitantes. Durante o coquetel foi ainda lançado o livro “Oxente” de autoria do Sr. Flávio Duarte Siqueira, adotado por Vitória de Santo Antão, o qual fez sucesso nesta noite com suas poesias que retratam o cotidiano humano.
No final da solenidade, houve ainda a apresentação de um desfile de moda sob o tema Cordel que foi destaque na 12ª FENEARTE, em Olinda, assinado pelo vitoriense Clayton Cordeiro.