Eduardo Campos morre em acidente de avião no litoral paulista

Candidato do PSB à Presidência da República, político pernambucano de 49 anos foi governador por dois mandatos e ministro da Ciência e Tecnologia no primeiro mandato de Lula. Aeronave caiu em Santos.

São Paulo – O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, morreu hoje (13) em um acidente de avião em Santos, no litoral paulista. A aeronave modelo Cessna 560 XL Citacion, prefixo PR-AFA, caiu por volta das 10h depois de arremeter na primeira tentativa de pouso. Todos os cinco passageiros e dois tripulantes morreram, entre eles o fotógrafo oficial da campanha e o assessor de imprensa de Campos. A candidata a vice na chapa, Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, não estava a bordo.

O Comando da Aeronáutica informou em nota que a aeronave decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto de Guarujá (SP). De acordo com a Infraero, a aeronave deixou solo carioca às 9h21. Quando se preparava para pouso, no litoral paulista, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com o piloto. A Aeronáutica já iniciou investigações para apurar as causas do acidente.
A presidenta Dilma Rousseff deve fazer um pronunciamento oficial ainda hoje. Ela cancelou a entrevista marcada para hoje à noite no Jornal Nacional e na Globo News.
Além de Campos, faleceram no acidente os pilotos Geraldo da Cunha e Marcos Martins, o ex-deputado federal, Pedro Valadares Neto, o cinegrafista Marcelo Lira, o fotógrafo Alexandre Gomes e Silva e o assessor de imprensa da campanha Carlos Augusto Leal Filho.
Guilherme Dionizio/Folhapress
O vice-presidente da república, Michel Temer, afirmou em nota que está chocado com o acidente .”Não há palavras para descrever a tragédia que hoje se abateu sobre a política brasileira. Eduardo Campos era um político de princípios e valores herdados de sua família e levados com dignidade e honra por toda sua trajetória no Parlamento e no Executivo.”
O candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB, Paulo Skaf, afirmou em nota que o Brasil perdeu “um grande estadista, um homem público da maior qualidade, que exerceu a política com competência, honestidade e dedicação”. Ele se solidarizou com a família e com o povo pernambucano e lembrou que há cinco anos iniciou sua trajetória política no PSB. “Eu perdi um amigo, com quem tive a honra de conviver. Eduardo Campos foi um dos incentivadores de meu ingresso na política​.”​
Eduardo Campos nasceu em Recife, em 10 de agosto de 1965 e deixa a esposa, Renata Campos, e cinco filhos: Maria Eduarda, João Henrique, Pedro Henrique, José Henrique e Miguel. Era filho do poeta e cronista Maximiano Campos e neto do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, cassado durante o golpe de estado de 1964.
Campos formou-se em economia pela Universidade Federal de Pernambuco em 1985. Participou da campanha de Miguel Arraes ao governo de Pernambuco em 1986 e, com a vitória do avô, passou a atuar como chefe de gabinete e organizou a criação da primeira Secretaria de Ciência e Tecnologia do estado.
Filiou-se ao PSB em 1990 e foi eleito deputado estadual no mesmo ano. Disputou sua primeira eleição majoritária em 1992 para prefeitura de Recife, ficando em quinto lugar. Foi deputado federal por Pernambuco por três mandatos consecutivos, entre 1994 e 2007. Em 2004, foi nomeado ministro da Ciência e Tecnologia no primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006). Em 2005, assumiu a presidência nacional do PSB.
Foi governador de Pernambuco por dois mandatos consecutivos (2007-2014), com apoio de Lula. Foi reeleito com 82% dos votos em 2010. Em setembro do ano passado, liderou o afastamento do PSB do governo Dilma, com a entrega de todos os cargos na gestão.
Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, na noite de ontem (12), Campos disse que o afastamento já vinha ocorrendo desde de 2012 e que se deu porque o PSB não acreditava mais no governo petista. “Esse governo é o único governo que vai entregar o Brasil pior do que recebeu”.
Deixou o governo do estado em abril deste ano, para disputar a presidência da República, tendo como vice a ex-senadora Marina Silva, da Rede Sustentabilidade.

Informações da Rede Brasil Atualidade